Publicado 25/06/2021 16:57 | Atualizado 25/06/2021 20:48
Brasília - O chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, afirmou que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, mentiu ao ter apresentado uma versão sobre a documentação da compra de doses da vacina indiana Covaxin. O contrato é alvo de investigação na CPI e no Ministério Público Federal (MPF).
Em meio a uma discussão acalorada entre governistas e oposicionistas, Luis Ricardo afirmou que o setor do qual é chefe recebeu o documento pela primeira vez em 18 de março e que a "invoice" teve três versões ao longo da troca de e-mails. Em seguida, respondeu ao relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmativamente quando questionado se Onyx tinha mentido. O ministro sustentou que o documento foi adulterado. Luis Ricardo relatou ao Ministério Público ter sofrido "pressão atípica" para acelerar a importação de doses da vacina indiana.
Esse documento, segundo afirmam o servidor e deputado Luis Miranda (DEM-DF), previa o pagamento antecipado no valor de US$ 45 milhões referente a importação da vacina indiana Covaxin. O pagamento, porém, dependia do servidor da pasta que depõe hoje na comissão. Ele se recusou a assinar, pois a área técnica do ministério considerou indevido o pagamento antecipado para apenas 300 mil doses. "Tinha falhas na invoice e encaminhamos todas essas falhas para o fiscal do contrato, que é o responsável pela execução, para dar o 'de acordo' ou não para a continuidade do processo", relatou Ricardo.
O deputado ainda afirmou sobre seu estranhamento com o fato de uma empresa terceira - a Madison Biotech - ser a autora das invoices (notas fiscais) enviadas ao governo para a negociação da vacina indiana Covaxin. Ele destacou que, apesar de as informações da nota terem sido corrigidas, a questão da empresa se manteve. Além disso, lembrou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o pedido de importação feito pelo Ministério da Saúde. "Se eu assinasse a primeira invoice, estaria tratando de maneira errada", disse ele em resposta ao senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Lorenzoni
O deputado afirmou que Lorenzoni precisa explicar o "interesse" dele no caso da compra da Covaxin, diante de sua reação no momento em que rebateu as alegações de Miranda e de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, sobre as suspeitas de irregularidades no episódio. "Ele vai se entender com Deus e com a gente também", disse Onyx em pronunciamento no Palácio do Planalto na quarta-feira.
"Recebemos com estranheza, porque essa explosão do nada, algo está errado", disse Miranda. "Eu recebi de forma no mínimo estranha", continuou o deputado, dizendo novamente se sentir ameaçado. "E até agora não foi respondido se teremos ou não segurança. Tínhamos todos os indícios para levar ao presidente", afirmou Miranda.
"Recebemos com estranheza, porque essa explosão do nada, algo está errado", disse Miranda. "Eu recebi de forma no mínimo estranha", continuou o deputado, dizendo novamente se sentir ameaçado. "E até agora não foi respondido se teremos ou não segurança. Tínhamos todos os indícios para levar ao presidente", afirmou Miranda.
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