Publicado 25/06/2021 17:49 | Atualizado 25/06/2021 19:42
O deputado Luis Miranda (DEM -DF) afirmou, durante depoimento à CPI, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabia de quem era a responsabilidade dos problemas apontados na compra da vacina Covaxin. Além disso, ele disse que não conseguiu mais ter contato com o presidente depois que fez a denúncia das irregularidades na compra dos imunizantes.
"O presidente sabe toda a verdade. Ele poderia ter me poupado de passar esse constrangimento aqui. Eu não precisava nem estar aqui, bastava ele falar que eu fui lá. Bastava ele dizer que 'mandou para quem quiser que seja'. Ele sabe de quem é a confusão, ele citou o nome dessa confusão. Ele disse que já presumia o tamanho do problema e que mandaria para o QG da Polícia Federal", disse ele.
Em seguida, ele disse que, por conta disso, não conseguiu ter mais contato com o presidente Bolsonaro. "Eu não consegui falar com o presidente depois do meu encontro, o que responde o que foi questionado aqui. Isso explica o motivo de não ter sentado com o presidente e não contado para o presidente, além de falar que iria vir na CPI. Eu juntei nos slides as várias tentativas com o novo ministro. Depois que eu denunciei o caso, eu não consegui falar com mais ninguém", afirmou o deputado.
Luis Miranda diz que não conseguiu mais ter contato com o Presidente da República depois que fez a denúncia.
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Créditos: Reprodução/TV Senado#CPIdaCovid #LuisMiranda #ODia pic.twitter.com/6pmgdwnBOD
Luis Miranda diz que o Presidente sabia da verdade e de quem seria a responsabilidade: "poderia ter me poupado de passar esse constrangimento aqui".
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Acompanhe a sessão ao vivo:
O chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, reforçou a versão do irmão de que o presidente Bolsonaro prometeu acionar a Polícia Federal para investigar um suposto caso de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.
Nesta sexta-feira, 25, Bolsonaro disse a jornalistas que a PF vai abrir um inquérito para apurar o caso. Integrantes da CPI dizem que, informalmente, sabem que a autoridade policial não abriu nenhuma investigação até o momento. "Ele (Bolsonaro) se comprometeu a chamar, através do DG (diretor-geral) da Polícia Federal, apresentar para uma investigação para investigar se tinha algo ilícito", disse Luis Ricardo durante o depoimento na comissão.
Além disso, o servidor da pasta relatou que a postura da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça os questionamentos levados por ele e pelo irmão ao presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março. A Barath Biontech, fabricante da Covaxin, apresentou à Anvisa validade das doses até janeiro de 2023. A agência reguladora, porém, questionou o prazo porque, na autoridade sanitária da Índia, o prazo de validade do mesmo produto era de seis meses - o que significaria um vencimento entre maio e junho.
A pressão para acelerar a importação da vacina indiana, no relato feito pelo servidor da pasta, veio por meio de mensagens e ligações de três superiores do Ministério da Saúde: coronel Marcelo Bento Pires, ex-coordenador de Logística; Alex Alial Machado, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde; e Roberto Ferreira Dias, diretor do Departamento de Logística. Os nomes, de acordo com ele, foram citados na reunião com o chefe do Planalto.
O deputado Luis Miranda, por sua vez, apresentou na CPI prints de conversas entre ele e o irmão sobre supostas irregularidades na compra e a pressão para que o ministério fechasse o contrato. Ele afirmou que também alertou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. "Eu conversei com o Eduardo Bolsonaro sobre as denúncias encaminhadas ao meu irmão e mandei para ele o contato, para que ficasse mais fácil de ele conversar", falou. Questionado se Eduardo Bolsonaro fez contato com o servidor, ele respondeu negativamente.
Nesta sexta-feira, 25, Bolsonaro disse a jornalistas que a PF vai abrir um inquérito para apurar o caso. Integrantes da CPI dizem que, informalmente, sabem que a autoridade policial não abriu nenhuma investigação até o momento. "Ele (Bolsonaro) se comprometeu a chamar, através do DG (diretor-geral) da Polícia Federal, apresentar para uma investigação para investigar se tinha algo ilícito", disse Luis Ricardo durante o depoimento na comissão.
Além disso, o servidor da pasta relatou que a postura da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça os questionamentos levados por ele e pelo irmão ao presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março. A Barath Biontech, fabricante da Covaxin, apresentou à Anvisa validade das doses até janeiro de 2023. A agência reguladora, porém, questionou o prazo porque, na autoridade sanitária da Índia, o prazo de validade do mesmo produto era de seis meses - o que significaria um vencimento entre maio e junho.
A pressão para acelerar a importação da vacina indiana, no relato feito pelo servidor da pasta, veio por meio de mensagens e ligações de três superiores do Ministério da Saúde: coronel Marcelo Bento Pires, ex-coordenador de Logística; Alex Alial Machado, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde; e Roberto Ferreira Dias, diretor do Departamento de Logística. Os nomes, de acordo com ele, foram citados na reunião com o chefe do Planalto.
O deputado Luis Miranda, por sua vez, apresentou na CPI prints de conversas entre ele e o irmão sobre supostas irregularidades na compra e a pressão para que o ministério fechasse o contrato. Ele afirmou que também alertou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República. "Eu conversei com o Eduardo Bolsonaro sobre as denúncias encaminhadas ao meu irmão e mandei para ele o contato, para que ficasse mais fácil de ele conversar", falou. Questionado se Eduardo Bolsonaro fez contato com o servidor, ele respondeu negativamente.
Ao longo da CPI, Luis Miranda disse que fez a denúncia para o ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello e ainda pontuou que a saída do general se deu por ele saber de vários outros casos.
"Um dia quando eu encontrei e ele me disse: 'Luis, eu não duro mais uma semana. Eu vou ser exonerado. Eu tenho conhecimento de algumas coisas, tento coibir, e por não compactuar com algumas situações vou ser exonerado'. Ele fez um desabafo comigo e disse que ele teria que lutar", disse o deputado.
"Um dia quando eu encontrei e ele me disse: 'Luis, eu não duro mais uma semana. Eu vou ser exonerado. Eu tenho conhecimento de algumas coisas, tento coibir, e por não compactuar com algumas situações vou ser exonerado'. Ele fez um desabafo comigo e disse que ele teria que lutar", disse o deputado.
Luis Miranda diz que fez a denúncia para Pazuello e que a saída do ministro foi por ele saber de vários outros casos.
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Promessa
Na última quinta-feira, 24, Miranda já havia feito, em suas redes sociais, diversas críticas ao posicionamento de Bolsonaro. Em um dos posts, o deputado cobrou que o presidente falasse a verdade sobre o caso. O parlamentar chegou a afirmar que apontou as irregularidades ao presidente no dia 20 de março e disse: 'Sempre te defendi e essa é a recompensa?'.
"Presidente Jair Bolsonaro, você fala tanto em Deus e permite que eu e meu irmão, sejamos atacados por tentarmos ajudar o seu governo, denunciando para o Senhor indícios de corrupção em um contrato do Ministério da Saúde! Sempre te defendi e essa é a recompensa?", escreveu.
"Diga a verdade presidente, e que de fato estivemos com o senhor no dia 20 de março e denunciamos uma irregularidade na aquisição da Covaxin e que o Senhor deu o devido tratamento ao caso, conforme informou que o DG [Diretor-geral] da PF receberia os documentos ainda no dia 20 de março", complementou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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