CPI da Pandemia ouve Luiz Paulo Dominguetti sobre denúncias relacionadas à AstraZeneca.Reprodução
Por O Dia
Publicado 01/07/2021 13:45 | Atualizado 01/07/2021 15:59
Após uma série de debates e acusações durante a oitiva do representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) levantou mais uma polêmica na CPI. Segundo o parlamentar, no catálogo de medicamentos distribuídos pela companhia presente do site da Davati, não consta a presença da vacina AstraZenca - pela qual teria sido pedida propina pelo Ministério da Saúde.
“Eu achei muito estranho uma empresa que tenha a capacidade de ofertar, como fez, em uma proposta, 400 milhões de doses ao governo brasileiro e não ter apresentado, no portfólio da sua empresa, esse produto”, pontuou o senador. 
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Ainda durante sua fala, o senador trouxe à tona a informação de que a Davati teria sido investigada no Canadá por tentativa de golpe com a venda das vacinas e afirmou que "nós podemos estar diante de um golpe internacional importantíssimo."
O senador também questionou na sessão a falta de relação contratual de Dominguetti com a empresa farmacêutica. 
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"Senador Omar, uma empresa que está representada em mais de 60 países no mundo, do tamanho de uma Davati, coloca um intermediário com o governo brasileiro para vender 400 milhões de doses sem nenhuma relação contratual?", indagou o parlamentar.
O senador Tasso Jereissati (PSDB) analisou as falas do depoente como um conjunto de ações estranhas. "Isso é inverossímil, isso não existe", afirmou.
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"A não ser que AstraZenca fosse correr em uma série de crimes que poderiam afetar a sua reputação internacional, não só para empresa mas para a universidade de Oxford", disse.
Ainda com a palavra, o senador analisou os dados da negociação e afirmou que o preço oferecido pela Davati estaria enquadrando a AstraZenca em um crime de abuso econômico. "O senhor disse que o preço seria de 3,50 dólares, o preço que a AstraZenca ofereceu é de 15 dólares. A AstraZenca estaria fazendo um crime de abuso econômico ao país, já que ela tem condições de vender a 3,50 dólares. Essa diferença é absurda. Não existe nenhuma vacina no mundo ofertada por esse preço. Vacina não é uma commodities, vacina é um produto com um mercado competitivo. Não é como ouro ou soja variando no mercado conforme a cotação. Se existisse, seria contraditório".
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"Esse conjunto me fez crer que alguém estava tentando dar o golpe, isso já esta claro", concluiu Tasso
O senador Marcos Rogério (DEM) iniciou a sua fala reafirmando que defende as investigações sérias e com a devida profundidade, afirmando que isso contribui com o governo, que presa pela lisura de seus atos. "Esse tipo de investigação, se feita sem prejulgamentos e com absoluta seriedade, contribuirá com o governo para afastar de toda atividade pública quaisquer agentes suspeitos que queiram se beneficiar dos negócios públicos".
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Rogério afirma que há duas situações que o intrigam, a primeira delas é de como Dominguetti consegue conciliar a sua relação de intermediador da venda da vacina e de militar em exercício. "Como um militar da ativa tinha tempo para tantas tratativas comerciais longe de sua cidade de lotação onde deveria estar compondo o seu oficio. Não estou afirmando que nossa senhoria não cumpria sua jornada de trabalho, apenas estou a me perguntar como seria possível conciliar a vida militar da ativa com intensas atividades de intermediação comercial. Apenas insisto, me causa muita estranheza".
"Segunda, é o grau de informalidade. Ou pelo menos de extraoficialidade, dos supostos negócios do ministério da saúde", o senador questiona Dominguetti sobre as circunstancias da negociação, em restaurantes e encontros informais. "Qualquer pessoa que tenha a mínima experiência com poder público sabe que esse tipo de conduta foge à normalidade, ao padrão de oficialidade, de transparência dos atos administrativos", conclui o senador.
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Durante fala mais cedo, o depoente explicou, após ser questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), como a Davati teria acesso às 400 milhões de doses do imunizante, mesmo com o quadro de escassez generalizada na aquisição de vacinas. Segundo Dominguetti, Herman Cárdenas, presidente da Davati Medical Supply, tinha acesso a locadores do mercado, que eram os proprietários da vacina. Confira:
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