O próprio Aécio Neves assumiu na última semana que não há "nenhum indício de fraude" no pleito de 2014 AFP
Publicado 20/07/2021 10:12 | Atualizado 20/07/2021 12:16
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na manhã desta terça-feira, 20, em entrevista à Rádio Itatiaia que, "semana que vem", vai apresentar "provas de fraudes" na eleição de 2014, que selou a vitória de Dilma Rousseff (PT) ante Aécio Neves (PSDB).

"Eu espero na semana que vem apresentar as provas de fraudes. Vamos apresentar uma fraude de 2014 (...) Eu só consegui ser eleito porque tive muito voto. Eu vou comprovar semana que vem que teve fraude nas eleições de 2014. Vão vir hackers para mostrar", disse.
À época, o PSDB de Aécio Neves chegou a contestar o resultado das urnas. Foi pedida uma auditoria dos votos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas nenhum indício de fraude foi encontrado.

O próprio Aécio Neves assumiu na última semana que não há "nenhum indício de fraude" no pleito de 2014.
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"Não tenho nenhum indício que aponte para fraudes naquela eleição", disse ele. "Na verdade, os crimes ali cometidos foram de outra ordem. Em razão deles, nós entramos na justiça no TSE. A utilização sem limites da máquina pública, as fake news que tomaram conta do Brasil, o disparo de ilegal de 'zaps', dando conta de que eu eleito terminaria com outros programas sociais do governo, utilização da Caixa Econômica, do Correio, do Banco do Brasil, inclusive temas que foram objetos da discussão contra do afastamento da presidente Dilma, que acabou levando ao seu impeachment", afirmou o tucano.
Na entrevista desta terça-feira, Bolsonaroafirmou que vai encaminhar as supostas provas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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"Eu vou convidar a imprensa e, com minhas mídias sociais, vou transmitir isso aí. Com isso tudo encaminho para o TSE. Agora, o que vale mais do que todos nós é a opinião pública", completou.
Voto impresso
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A justificativa utilizada pelo presidentenos constantes apelos pela adoção do voto impresso é a de garantir transparência nas eleições e "evitar problemas". Conforme aponta, as eleições no Brasil não são seguras. "Por que os parlamentares são contra o voto impresso? É difícil entender o que está acontecendo", declarou. Bolsonaro ainda voltou a falar que, no pleito de 2022, entrega a faixa presidencial "a quem ganhar as eleições, desde que seja transparente".
Em novas críticas ao presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, o chefe do Executivo lamentou sua defesa ao voto eletrônico. "É lamentável o que o ministro Barroso está fazendo para manter o sistema de votação", comentou. Bolsonaro repetiu críticas feitas ao magistrado nas últimas semanas, mesmo após conversa com o presidente do STF, Luiz Fux, na semana passada, organizada para que os ânimos entre os Poderes fossem pacificados.

Ainda na defesa pela implantação do que chama de voto "auditável", o presidente afirmou que "não basta" apenas a adoção do voto impresso, "a contagem tem que ser pública também" "Agora, o que vale mais do que todos nós aqui, é a opinião pública". Na verdade, o voto já é auditável no sistema atual.
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Reunião com Poderes

Jair Bolsonaro se mostrou disposto a se reunir com líderes de outros Poderes da República para reduzir tensões. Um encontro com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), marcado para a última quarta-feira, 14, precisou ser cancelado devido ao mal-estar sentido por Bolsonaro naquele dia e a subsequente internação, da qual só teve alta no domingo, 18.

"Estou à disposição para a partir de agora, em havendo oportunidades, participar. Essas reuniões são para a gente acertar os ponteiros, o que é muito importante. Todo Poder tem que saber que tem limite. Eu tenho limite. Por que o Judiciário não pode ter limite?", questionou na entrevista à Rádio Itatiaia. Segundo Bolsonaro, "não é fácil" manter a harmonia entre os Poderes.

Perguntado sobre projetos preferenciais para executar até o fim do mandato, o presidente disse que intervém em todos os ministérios de seu governo. "Eu interfiro, sim, em cada ministério quando vejo que algo não está indo bem, até por desconhecimento do próprio ministro", disse.
 
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