Publicado 27/07/2021 15:19
Rio - Desde que começou a imunização contra a Covid-19, uma "tradição" se formou nas redes sociais: postar foto do momento em que recebeu a dose ou com o cartão de vacinação. Mas será que é seguro publicar na rede a imagem dos seus dados?
Segundo o diretor de Inteligência Cibernética da Cipher, empresa de cibersegurança do Grupo Prosegur, Fernando Amatte, tal atitude não é recomendada, pois "enésimas ações criminosas podem ser realizadas com o acesso a dados básicos do cidadão".
Ainda segundo Amatte, hackers maliciosos especializados em vasculhar a rede em busca de vítimas reúnem dados colhidos em perfis de internet, como páginas e redes sociais, para compor um dossiê da pessoa escolhida.
Devido o risco de possíveis golpes, o diretor da Cipher é enfático ao aconselhar internautas a não postarem fotos que possam expor qualquer tipo de dado possível de ser usado de forma maliciosa pelos cibercriminosos. “As pessoas muitas vezes são motivadas pelo impulso, mas é realmente necessário publicar o cartão da vacina na rede?”, questiona.
Por fim, Amatte explica quais as estratégias usadas pelos criminosos para abordarem as vítimas depois que conseguem os seus dados. "Alguns crimes ocorrem somente no ambiente virtual, outros podem começar na web e terminar na casa ou local de trabalho de alguém que expôs seus dados. Um golpe recente foi criado para ajudar criminosos a sequestrarem acesso ao WhatsApp. Parte do golpe partia do contato de um suposto funcionário da saúde pública, que, de posse do nome e outros dados do cidadão, pediam um número validação que seria enviado via SMS. No entanto, ao divulgar o código, a pessoa, sem querer, fornecia seu fator de dupla autenticação do WhatsApp, que era imediatamente bloqueado no dispositivo do real titular da conta, bastando ao bandido acessar a lista de contatos e pedir dinheiro em nome da vítima" diz.
"Também há relatos de que bandidos, se fazendo passar por funcionários da Anvisa, levaram o cidadão a abrir suas portas para assaltos presenciais, ao convencerem a vítima a fornecer o endereço com o argumento da necessidade de uma visita domiciliar", alerta Amatte.
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