Publicado 29/07/2021 20:49
O presidente da República Jair Bolsonaro iniciou nesta quinta-feira, 29, sua live semanal na internet e disse ter "indícios", com base em análise de inteligência, sobre fraudes na eleição, porém não apresentou qualquer prova disso.
"Alguns em fase de análise, outros extraídos da própria imprensa brasileira e outros também de pessoas que no dia das eleições foram votar e o nome do seu candidato não apareceu na tela. Por incrível que pareça as reclamações só tinham uma mão, queriam votar no 17 e aparecia nulo ou automaticamente o 13. Quem queria votar no 13 não aparecia 17 e nem nulo. Então, são indícios e mais indícios", disse Bolsonaro no início da transmissão.
Bolsonaro também voltou a atacar o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso. "Como diz o presidente do TSE, o sistema é seguro e é confiável, ninguém é dono da verdade. Eu não sou dono da verdade. Nenhum ministro seja qual o poder ou parlamentar é dono da verdade", disse.
Bolsonaro também voltou a atacar o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso. "Como diz o presidente do TSE, o sistema é seguro e é confiável, ninguém é dono da verdade. Eu não sou dono da verdade. Nenhum ministro seja qual o poder ou parlamentar é dono da verdade", disse.
"Por que a ferocidade do presidente do TSE em não querer discutir e não querer falar em uma contagem pública de votos como ser uma forma de auditáveis, porque o presidente do TSE, na iminência de ver a PEC da deputada Bia Kicis ser aprovada, ele vai para dentro do parlamento, se reúne com várias lideranças partidárias e a partir do dia seguinte muitos desses líderes trocam as composições da comissão por parlamentares que se comprometeram a votar contra a PEC do voto impresso", disse Bolsonaro.
O incômodo e as bravatas levantadas por Bolsonaro em relação às eleições não são de hoje. No ano passado, em uma viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que tinha provas de que a eleição de 2018, na qual foi eleito, teria sido fraudada já no primeiro turno. Apesar da declaração, ele nunca apresentou qualquer prova disso.
Bolsonaro falhou em apresentar provas até mesmo com a ajuda da direção da Polícia Federal. Como o Estadão revelou, em meados de junho, o comando da corporação pediu às superintendências do órgão nos Estados, por meio da Corregedoria, que encaminhassem todas as denúncias de fraudes recebidas ou apuradas desde 1996. Até agora uma única investigação foi localizada. O caso é de 2012, mas a PF concluiu que se tratava de tentativa de estelionato, não de fraude que tenha comprometido a eleição.
O presidente defende a adoção da impressão do voto eletrônico, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara, com autoria de sua aliada, a deputada Bia Kicis (PSL-DF), e relatoria de Filipe Barros (PSL-PR), também bolsonarista. As chances dessa proposta prosperar no Congresso, no entanto, são cada dia menores.
Na semana passada, o Estadão revelou que no último dia 8 o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um interlocutor político. Na ocasião, o general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022 sem aprovação do voto impresso. Após a publicação da reportagem, Braga Netto divulgou nota na qual disse que não se comunica por interlocutores e reiterou o apoio ao "voto eletrônico auditável", com "comprovante impresso".
"Eu quero eleições no ano que vem, vamos realizar eleições no ano que vem, mas eleições limpas, democráticas, sinceras", disse o presidente na live desta quinta-feira, 29.
O incômodo e as bravatas levantadas por Bolsonaro em relação às eleições não são de hoje. No ano passado, em uma viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que tinha provas de que a eleição de 2018, na qual foi eleito, teria sido fraudada já no primeiro turno. Apesar da declaração, ele nunca apresentou qualquer prova disso.
Bolsonaro falhou em apresentar provas até mesmo com a ajuda da direção da Polícia Federal. Como o Estadão revelou, em meados de junho, o comando da corporação pediu às superintendências do órgão nos Estados, por meio da Corregedoria, que encaminhassem todas as denúncias de fraudes recebidas ou apuradas desde 1996. Até agora uma única investigação foi localizada. O caso é de 2012, mas a PF concluiu que se tratava de tentativa de estelionato, não de fraude que tenha comprometido a eleição.
O presidente defende a adoção da impressão do voto eletrônico, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara, com autoria de sua aliada, a deputada Bia Kicis (PSL-DF), e relatoria de Filipe Barros (PSL-PR), também bolsonarista. As chances dessa proposta prosperar no Congresso, no entanto, são cada dia menores.
Na semana passada, o Estadão revelou que no último dia 8 o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um interlocutor político. Na ocasião, o general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022 sem aprovação do voto impresso. Após a publicação da reportagem, Braga Netto divulgou nota na qual disse que não se comunica por interlocutores e reiterou o apoio ao "voto eletrônico auditável", com "comprovante impresso".
"Eu quero eleições no ano que vem, vamos realizar eleições no ano que vem, mas eleições limpas, democráticas, sinceras", disse o presidente na live desta quinta-feira, 29.
TSE desmente alegações de Bolsonaro sobre urna eletrônica
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encaminhou a jornalistas no começo da noite desta quinta-feira, 29, diversas checagens rebatendo pontos do discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre supostas fraudes na urna eletrônica. Problemas nas teclas da urna e a suposta exclusividade do Brasil no uso do sistema eletrônico foram alguns dos pontos do discurso do presidente desmentidos pelo tribunal.
No começo da transmissão ao vivo, Bolsonaro disse ter relatos de pessoas que tentaram votar em seu número na eleição presidencial de 2018 e foram impedidos pela urna, ao passo que pessoas que tentaram votar no então candidato do PT, Fernando Haddad, não enfrentaram problemas. O TSE esclarece que, neste caso, as pessoas estavam tentando votar em um candidato a governador e não a presidente -- o que inviabiliza o número "17" na urna.
Em outro momento, o presidente disse que só três países no mundo usam a urna eletrônica, entre eles o Butão. Sobre isso, o TSE esclarece que 23 países usam urnas com tecnologia eletrônica em suas eleições gerais. Outras 18 nações usam a urna em pleitos regionais. "Entre os países estão o Canadá, a Índia e a França, além dos Estados Unidos, que têm urnas eletrônicas em alguns estados", diz um trecho da checagem do TSE.
Em vários momentos da live, Bolsonaro disse que a apuração dos votos será feita "pelos mesmos que tornaram o ex-presidente Lula (PT) elegível e que o tiraram da cadeia". No entanto, a apuração dos votos é feita de forma pública, como explica o TSE.
No começo da transmissão ao vivo, Bolsonaro disse ter relatos de pessoas que tentaram votar em seu número na eleição presidencial de 2018 e foram impedidos pela urna, ao passo que pessoas que tentaram votar no então candidato do PT, Fernando Haddad, não enfrentaram problemas. O TSE esclarece que, neste caso, as pessoas estavam tentando votar em um candidato a governador e não a presidente -- o que inviabiliza o número "17" na urna.
Em outro momento, o presidente disse que só três países no mundo usam a urna eletrônica, entre eles o Butão. Sobre isso, o TSE esclarece que 23 países usam urnas com tecnologia eletrônica em suas eleições gerais. Outras 18 nações usam a urna em pleitos regionais. "Entre os países estão o Canadá, a Índia e a França, além dos Estados Unidos, que têm urnas eletrônicas em alguns estados", diz um trecho da checagem do TSE.
Em vários momentos da live, Bolsonaro disse que a apuração dos votos será feita "pelos mesmos que tornaram o ex-presidente Lula (PT) elegível e que o tiraram da cadeia". No entanto, a apuração dos votos é feita de forma pública, como explica o TSE.
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