Reverendo Amilton Gomes presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feiraAgência Senado
Publicado 03/08/2021 16:16 | Atualizado 03/08/2021 18:14
Brasília - Na sessão da CPI desta terça-feira, 3, o reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), disse que foi pressionado pelos representantes da Davati - Dominguetti Pereira e Cristiano Carvalho - para dar prosseguimento às tentativas de comercialização da vacina AstraZeneca com o Ministério da Saúde. 
Embora tenha sido afirmado sobre a pressão dos representantes da Davati, ele negou que a Senah teve um contrato formal com a empresa de revendedora de vacinas. Contudo, Amilton garantiu que solicitou ao CEO da empresa, Herman Cadenas, documentos sobre a disponibilidade de vacinas para entrega ao ministério.

Em seguida, o reverendo explicou que, após uma carta de Carvalho a Dominguetti que tratava de “distrato” do acordado entre a ONG e a empresa para negociação da vacina, foi encerrada a parceria, segundo o reverendo.
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Ao ser questionado sobre oferta feita ao ministério sobre a vacina, o reverendo afirmou desconhecer qualquer imunizante no valor de US$ 10. "Eu desconheço esse documento de US$ 10", disse Amilton. 
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O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mostrou um documento da Davati, do dia 5 de março, em que mostra a oferta de US$ 10 e outro documento de Amilton, do dia 14 de março, com oferta de US$ 11 por vacina.

"Coincide com o que o Dominguetti denunciou à esta CPI. É exatamente a propina de US$ 1 por dose", avaliou Randolfe.

Em depoimento anterior à CPI, Luiz Paulo Dominguetti Pereira disse ser representante da Davati e denunciou à imprensa ter recebido pedido de propina de US$ 1 para cada dose negociada na venda da vacina AstraZeneca ao governo. O pedido teria sido feito pelo ex-diretor de Logística do ministério, Roberto Ferreira Dias.

O depoente também reconheceu que a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) não é credenciada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao contrário de cartas assinadas por Amilton que foram mostradas pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia.

Randolfe perguntou a Amilton se o Ministério da Saúde alguma vez perguntou sobre a dívida ativa dele com a União no valor de R$ 29,5 mil. O reverendo respondeu que ninguém do Ministério tocou no assunto.

*Com informações da Agência Senado
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