Publicado 06/08/2021 15:28
São Paulo - A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais defendeu nesta sexta-feira (6), a urna eletrônica, ressaltando seu 'êxito' e os avanços por ela proporcionados, entre eles 'o afastamento dos riscos decorrentes do voto em cédula'. Em nota, a entidade frisou que até o momento 'não foi apresentada qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras'.
A manifestação se dá em meio a escalada de ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação, inclusive divulgando inquérito da PF que apura suposta tentativa de acesso ao TSE para alegar que hackers teriam acessado a programação de urnas eletrônicas, em 2018.
O TSE já rebateu a informação, frisando que o caso foi amplamente divulgado à época e não representou qualquer risco à integridade do pleito. Como mostrou o Estadão, a Polícia Federal não encontrou registros de investigações sobre fraudes envolvendo a urna eletrônica desde que o método de votação foi adotado, em 1996.
Os peritos criminais participam dos testes públicos de segurança promovidos pelo TSE e defendem um 'sistema analógico complementar, sem qualquer contato físico com o eleitor' como uma 'opção a mais de auditoria e de aprimoramento do processo eleitoral', mas enfatizam 'não haver qualquer apresentação de evidência ou comprovação de fraude' no sistema eletrônico de votação.
"Entendemos que o tema do registro impresso exige um debate longo, maduro e científico, sem descontextualizações que objetivem sustentar teorias não comprovadas", frisam.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PERITOS CRIMINAIS FEDERAIS
Em relação às discussões sobre o sistema eleitoral brasileiro, especialmente com menção aos Peritos Criminais Federais, que integram a Polícia Federal, a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) esclarece que:
Os peritos criminais federais, assim como diversos outros especialistas de instituições renomadas, têm participado de testes públicos de segurança promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abertos a qualquer cidadão, cujo objetivo é buscar o contínuo aperfeiçoamento das urnas eletrônicas.
A identificação de falhas e vulnerabilidades não permite afirmar que houve, há ou haverá fraudes nas eleições. Os achados dos testes, ao contrário de comprovar fraudes, têm o propósito de apontar ajustes e aperfeiçoamentos necessários para a continuidade do curso normal das eleições, além de tecer recomendações científicas para a evolução e aprimoramento do sistema eleitoral brasileiro.
Até o momento, não foi apresentada qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras. Destaca-se que uma eventual comprovação de fraude não estaria restrita unicamente à análise das urnas, mas também de outros elementos probatórios, como transferências de ativos, de mensagens, de imagens, de áudios e de documentos que possam demonstrar o engajamento efetivo de pessoas com a intenção de prejudicar o processo eleitoral.
A APCF defende a urna eletrônica e reconhece que se trata de um exitoso projeto de hardware e de software. Sem prejuízo disso, com o espírito colaborativo de buscar auxiliar as autoridades competentes dentro das bases científicas que regem as ações da Perícia Criminal Federal, também entendemos que o emprego de sistema analógico complementar, e sem qualquer contato físico com o eleitor, é uma opção a mais de auditoria e de aprimoramento do processo eleitoral. Esses fundamentos foram levados ao STF no julgamento da constitucionalidade da matéria, sempre enfatizando, contudo, não haver qualquer apresentação de evidência ou comprovação de fraude.
Entendemos que o tema do registro impresso exige um debate longo, maduro e científico, sem descontextualizações que objetivem sustentar teorias não comprovadas. Ressaltamos, por fim, nossa confiança no processo eleitoral, tendo a certeza de que o voto eletrônico trouxe importantes avanços, dentre eles o afastamento dos riscos decorrentes do voto em cédula.
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