Segurados compareceram à agência do INSS da Praça da Bandeira, provocando filas - Reprodução/ TV Globo
Segurados compareceram à agência do INSS da Praça da Bandeira, provocando filasReprodução/ TV Globo
Por MARTHA IMENES
O retorno gradual do atendimento nos postos do INSS, mesmo sem perícia médica, tem dado muito 'pano pra manga': filas, aglomerações, portões fechados, muitas reclamações e uma briga de foice entre a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), que não aceita o retorno da perícia por avaliar que os postos não têm condições de segurança sanitária, e a Secretaria de Previdência, que garantiu ter feito vistoria nos postos e que eles estão em plenas condições de trabalho. No meio disso tudo está o segurado, que fica sem saber o que fazer. Conforme O DIA noticiou na edição de sábado, a associação vai começar nesta segunda-feira a visitar as Agências da Previdência Social (APS) para avaliar se os locais estão apropriados para atendimento sem oferecer risco de contágio pela covid-19 a servidores e segurados.  

Mas, segundo nota do INSS divulgada na noite de domingo, essa vistoria terá critérios rigorosos. Uma portaria, a ser publicada na segunda, trará regras para as visitas de pessoas que não sejam do corpo funcional da agência e de representantes de servidores (sindicatos) e associações às unidades de atendimento. Entre as normas estão o prévio agendamento com as superintendências regionais para realização das vistorias e o horário das visitas, que deverá ser fora do expediente, que vai das 7h às 13h neste primeiro momento. 
"Para que seja possível fazer a correta higienização sem afetar o atendimento dos segurados, os agendamentos de visitas devem ser feitos diretamente com os Superintendentes Regionais, que deverão agendar para no máximo em três dias úteis", informa a nota.

A portaria também especifica que "os peritos médicos federais que atendem nas agências inspecionadas e liberadas devem comparecer ao trabalho na segunda-feira e avaliar seus respectivos consultórios". E, caso falte algum equipamento, o gerente executivo deve ser informado imediatamente.
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A decisão do INSS foi criticada pela associação que representa médicos peritos, que vê as normas como uma forma de impedir o acesso da associação às unidades. "O que o INSS quer esconder?", questiona a Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP), em nota. 
Segundo a associação, em entrevista à GloboNews, o presidente do INSS Leonardo Rolim alegou que a ANMP é uma “entidade de classe”. O que foi rebatido: "Na verdade, quem irá fazer as inspeções amanhã (segunda-feira) serão os mesmos peritos médicos federais que fizeram e acompanharam as primeiras vistorias oficiais de 8 e 9 de setembro. Todos tem fé pública".

E advertiu, em nota: "A perícia médica irá retornar quando nossas inspeções constatarem regularidade, pois nós detemos o conhecimento técnico. Se o INSS 'impedir' alguma vistoria por parte de qualquer dos peritos médicos federais amanhã (segunda-feira), tomaremos as devidas medidas legais. E ficará claro para a mídia quem está mentindo e quem está fazendo jogo político. Não somos nós."
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