Publicado 13/08/2021 09:43 | Atualizado 14/08/2021 10:40
Rio - A Polícia Federal prendeu o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, nesta sexta-feira, 13, em sua casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro. A ordem da prisão preventiva foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Agora, Jefferson fará o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, será encaminhado para a superintendência da PF no Rio. Posteriormente, ele será encaminhado a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, e depois pode seguir para o complexo prisional, em Bangu.
No início desta tarde, Jefferson chegou no IML, no Centro do Rio, e, em seguida, seguirá para a sede da Polícia Federal no Rio. Sua defesa está tentando reverter o pedido para prisão domiciliar, embasado por uma doença renal que o ex-deputado estaria sofrendo. Segundo a filha do político, a ex-deputada Cristiane Brasil, ele estaria em casa para tratar a pielonefrite, uma infecção que se instala nos rins, e por isso não poderia ficar em uma unidade prisional.
Na decisão, o ministro afirmou que o político faz parte de uma "possível organização criminosa" com objetivo de "desestabilizar as instituições" e propaga contra a democracia e as instituições essenciais à manutenção do regime democrático de direito, entre elas, o STF.
"Uma possível organização criminosa – da qual, em tese, o representado faz parte do núcleo político –, que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal e o próprio Congresso Nacional, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil", escreveu Moraes.
Jefferson discursava pelo fechamento do STF, cassação imediata de todos os ministros, incitando a violência física contra os ministros por não concordar com os posicionamentos. "A reiteração dessas condutas revela-se gravíssima, pois atentatória ao Estado Democrático de Direito e às suas Instituições republicanas", escreveu o ministro.
Na decisão, o ministro escreveu que, por meio de uma rede social, Jefferson também publicou vídeos e fez declarações com discursos de ódio, homofóbicos e incentiva a violência, onde exibe armas.
"As manifestações, discursos de ódio e homofóbicos e a incitação à violência não se dirigiram somente a diversos Ministros da Corte, chamados pelos mais absurdos nomes, ofendidos pelas mais abjetas declarações, mas também se destinaram a corroer as estruturas do regime democrático e a estrutura do Estado de Direito", afirmou Moraes.
O ministro determinou o bloqueio das contas em redes sociais pois, segundo ele, é necessário para a interrupção dos discursos criminosos de ódio e contrário às instituições democráticas e às eleições, em relação ao perfil, além do cumprimento de busca e apreensão.
Em sua conta pessoal no Twitter, o político comentou a operação da PF: "A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice".
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-deputado que já foi preso no âmbito do escândalo do mensalão, faz ataques na internet contra o Supremo Tribunal Federal (STF), discursando pelo fechamento do STF e cassação imediata de todos os ministros. Ele também é um defensor ferrenho do voto impresso. Na linha do presidente, chegou a dizer que as eleições do ano que vem poderiam não serem realizadas caso o voto impresso não fosse instituído.
A investigação da qual Jefferson é alvo foi aberta após Alexandre de Moraes arquivar, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o inquérito dos atos antidemocráticos. O ex-parlamentar aliado de Bolsonaro também já foi alvo de buscas em outro inquérito que tramita junto ao STF, o das fake news.
Com a abertura do inquérito que é desdobramento da investigação sobre os atos antidemocráticos, Alexandre registrou que os métodos e estrutura - produção, publicação, de financiamento e político - são "absolutamente semelhantes" aos identificados no inquérito das fake news, que também corre sob sua relatoria.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-deputado que já foi preso no âmbito do escândalo do mensalão, faz ataques na internet contra o Supremo Tribunal Federal (STF), discursando pelo fechamento do STF e cassação imediata de todos os ministros. Ele também é um defensor ferrenho do voto impresso. Na linha do presidente, chegou a dizer que as eleições do ano que vem poderiam não serem realizadas caso o voto impresso não fosse instituído.
A investigação da qual Jefferson é alvo foi aberta após Alexandre de Moraes arquivar, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o inquérito dos atos antidemocráticos. O ex-parlamentar aliado de Bolsonaro também já foi alvo de buscas em outro inquérito que tramita junto ao STF, o das fake news.
Com a abertura do inquérito que é desdobramento da investigação sobre os atos antidemocráticos, Alexandre registrou que os métodos e estrutura - produção, publicação, de financiamento e político - são "absolutamente semelhantes" aos identificados no inquérito das fake news, que também corre sob sua relatoria.
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