Renan Calheiros (MDB-AL))Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

Brasília - O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o relatório final da comissão terá três personagens principais: o presidente Jair Bolsonaro (sem partido); o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; e o ex-secretário-executivo da Saúde, coronel Élcio Franco.
"Esses são os principais, mas vamos ter o indiciamento de mais de 40 pessoas. Todos serão responsabilizados", disse o parlamentar. "há um consenso de que o Bolsonaro é um mercador da morte. Sua trajetória é autoexplicativa: defendeu matar 30 mil brasileiros, ainda quando deputado federal, inclusive o presidente Fernando Henrique Cardoso".
Calheiros ressaltou que a comissão não imaginava investigar a corrupção no início dos trabalhos. "A partir das primeiras reuniões, nós começamos a receber denúncias de que, enquanto o governo recusava as ofertas da Pfizer, do Butantan e da OMS, algo em torno de 170 milhões de doses que poderiam ter sido aplicadas ainda no ano que passou, priorizava tratativas com lobistas, atravessadores e depois [chegamos aos] contratos escusos no Ministério da Saúde."
Questionado sobre a possibilidade de indiciamento dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar disse que está "estudando todas as hipóteses", mas que não pode antecipar nenhuma decisão pois "todas dependerão da maioria da CPI e não apenas do relator".
Por fim, Renan opinou a respeito de Augusto Aras, procurador-geral da República, que pode engavetar o relatório que será entregue no fim deste mês. "Eu não acredito que o procurador-geral substitua tudo isso por um engavetamento de tudo o que se levantou com o apoio da sociedade. A expectativa que eu tenho é que as coisas andarão na Procuradoria-Geral da República com relação àqueles que têm prerrogativas especiais".