Publicado 30/09/2022 12:56 | Atualizado 30/09/2022 13:13
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quarta-feira, 28, uma nova resolução sobre o propilenoglicol possivelmente contaminado. O documento complementa medidas anteriores associadas ao componente. As autoridades investigam se o monoetilenoglicol, substância encontrada em petiscos para cães, teria provocado a morte de pelo menos 54 cachorros em todo o país.
"Durante a investigação, conduzida em conjunto com órgãos estaduais e municipais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (Snvs) e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está sendo identificada uma rede de distribuição e venda dos lotes de propilenoglicol com indícios de contaminação", disse a agência, em nota.
Com a nova medida, ficam proibidas a distribuição, comercialização e o uso, além da determinação do recolhimento de todo o propilenoglicol - que contenha números de lotes com os códigos 5053C22 e 4055C21 (acrescentado ou não por letras iniciais complementares) - e dos produtos fabricados a partir deles.
A Anvisa também identificou que empresas da área de produtos químicos compram os produtos, retiram o rótulo original e colocam um novo com os dados da empresa compradora, o que tem dificultado a rastreabilidade dos produtos. Os casos permanecem sob investigação, e as marcas identificadas estão sendo divulgadas constantemente pelas autoridades.
"Na maior parte dos casos, tem-se mantido no rótulo as informações numéricas dos lotes envolvidos (5035C22 e 4055C21), podendo-se acrescentar no início letras que relacionadas a uma das empresas envolvidas (exemplo: AD5035C22 e AD4055C21). Em alguns casos, a empresa inclui também um lote interno criado por ela", orientou o órgão.
Histórico
Anteriormente, em 12 de setembro, a Anvisa já havia suspendido a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda (AD5035C22 e AD4055C21), após ser identificada a contaminação da substância fornecida. A empresa, por sua vez, diz ter usado insumos importados.
Anteriormente, em 12 de setembro, a Anvisa já havia suspendido a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda (AD5035C22 e AD4055C21), após ser identificada a contaminação da substância fornecida. A empresa, por sua vez, diz ter usado insumos importados.
Conhecido também como etilenoglicol, o monoetilenoglicol é um produto tóxico geralmente usado para refrigeração e encontrado em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. A mesma substância esteve por trás da morte de dez pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019, em Minas Gerais.
Já o propilenoglicol é um insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais para ajudar na conservação dos mesmos. De forma geral, evita fungos e dá sensação de maciez aos alimentos. É permitida a utilização da substância desde que seja adquirida de empresas.
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