Publicado 03/11/2022 11:15 | Atualizado 03/11/2022 11:32
O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como "Sheik dos Bitcoins", foi preso nesta quinta-feira, 3, em Curitiba, durante uma operação da Polícia Federal (PF). Ele é suspeito de liderar um esquema de fraudes envolvendo criptomoedas, que movimentou quase R$ 4 bilhões no Brasil. O empresário teve prisão preventiva decretada após descumprir medidas cautelares.
Francisley já respondia em liberdade sob restrições. Ele não poderia continuar a administrar as empresas ou fazer qualquer gestão envolvendo interesse do grupo econômico dele. O empresário é suspeito de cometer crimes desde 2016, comandando um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas.
Francisley já respondia em liberdade sob restrições. Ele não poderia continuar a administrar as empresas ou fazer qualquer gestão envolvendo interesse do grupo econômico dele. O empresário é suspeito de cometer crimes desde 2016, comandando um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas.
Durante a operação desta quarta, os agentes cumpriram um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão, em aprofundamento da Operação Poyais, que apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, como estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa. As ordens partiram da 23ª Vara Federal de Curitiba.
Em outra fase da operação da PF em outubro deste ano, durante mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Francisley, foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo, além de outros itens.
Em outra fase da operação da PF em outubro deste ano, durante mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Francisley, foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo, além de outros itens.
Investigação
A partir de diligências policiais, os investigadores identificaram que Francisley Valdevino, dias após deflagrada a operação, passou a promover encontros frequentes na casa dele, em Curitiba, com funcionários das empresas. Uma das funcionárias é gerente financeira do grupo, enquanto outro empregado é responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo “Sheik dos Bitcoins'' para prática das fraudes.
Além do descumprimento das medidas cautelares, suficientes para expedição do mandado de prisão, a constatação dos encontros frequentes do empresário com o funcionário responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e que continuava realizando atividades criminosas.
As apurações apontam que o grupo criminoso promovia fraudes no Brasil e no exterior, confeccionava e comercializava plataformas, como sistemas virtuais para interessados na prática de crimes semelhantes.
Recentemente, na Operação Bad Bots1, também deflagrada pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, houve a condenação de duas pessoas acusadas de praticar crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude com a venda de criptomoedas.
Com o avanço das investigações, comprovou-se que o sistema virtual usado para as fraudes havia sido criado e era mantido pela organização criminosa do Sheik dos Bitcoins.
Vítimas
Sasha, filha da apresentadora Xuxa, e seu marido, o cantor gospel João Figueiredo, tiveram um prejuízo de R$ 1,2 milhão em fraudes com criptomoedas. Esquema era comandado por Francisley Valdevino da Silva, o "Sheik dos Bitcoins".
O casal conheceu o "Sheik" na igreja evangélica que frequenta. Inicialmente, Sasha e o marido investiram R$ 50 mil e posteriormente assinaram mais dois contratos que ultrapassam R$ 1 milhão. Em operação da polícia realizada no dia 6 de outubro, o empresário foi investigado e 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
O casal conheceu o "Sheik" na igreja evangélica que frequenta. Inicialmente, Sasha e o marido investiram R$ 50 mil e posteriormente assinaram mais dois contratos que ultrapassam R$ 1 milhão. Em operação da polícia realizada no dia 6 de outubro, o empresário foi investigado e 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
"As ordens judiciais cumpridas visam não apenas à cessação das atividades criminosas, mas também a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas", disse a Polícia Federal.
Sasha e o marido chegaram a ser vistos se divertindo com Francisley em uma luxuosa lancha Azimut 56, que tem 17 metros de comprimento e três cabines com cama. Após perceber que não estava tendo o retorno prometido nos investimentos, o casal entrou com um processo na Justiça contra o 'Sheik'.
"É preciso diferenciar o que é cripto e o que é pirâmide, golpe. Investimento em criptomoedas é uma tendência mundial e o Brasil tem sido destaque, isso é inegável", disseram em nota Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, os advogados de Sasha. Ela e o marido não foram as únicas vítimas. Alguns jogadores de futebol também caíram no golpe.
*Com informações do portal IG - Último Segundo
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