Publicado 01/02/2023 11:31
O Congresso elege, nesta quarta-feira, 1º, os presidentes da Câmara e do Senado, decisivos para a governabilidade do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em cerimônias com a segurança reforçada após os ataques de golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro.
Eleito em outubro, o novo Congresso (2023-2027) está ainda mais à direita que o anterior, um desafio para o programa de reformas do presidente de esquerda, Lula.
Já é dado como certo que Arthur Lira, figura do "Centrão", ficará na presidência da Câmara. Rodrigo Pacheco é favorito à reeleição para o Senado, mas pode esbarrar na candidatura de Rogério Marinho, do Partido Liberal (PL) do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL).
Lula está atento à realidade política: "Não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso", disse a seus ministros no dia 6 de janeiro, lembrando que não terá "veto ideológico" ou "assunto proibido" para discutir com os líderes legislativos.
A posse dos parlamentares acontece em meio a uma forte operação de segurança ao redor do Congresso, menos de um mês após o ataque em Brasília por milhares de apoiadores radicalizados de Bolsonaro.
"Estaremos prontos para atuar em diversos cenários, dos mais simples aos mais complexos, caso seja necessário", disse o secretário de Segurança Pública de Brasília, Sandro Avelar, citado em comunicado.
Os acessos à Esplanada dos Ministérios, onde se situam o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), estão fechados para circulação, com a entrada permitida apenas a pessoas autorizadas, detalha a nota.
Além do monitoramento por câmeras e drones, a vigilância na área "será reforçada pela Polícia Militar (PM) (...) e tropas de choque, cavalaria, operações aéreas, vigilância canina e operações especiais darão apoio se necessário", acrescenta a secretaria de Segurança Pública.
No dia 8 de janeiro, milhares de apoiadores de Bolsonaro insatisfeitos com a vitória de Lula sobre o ex-presidente de extrema direita invadiram as sedes dos Três Poderes.
Destruíram parte da infraestrutura, quebraram móveis e obras de arte de valor inestimável e deixaram pichações pedindo golpe de Estado. Mais de duas mil pessoas foram presas e quase 25% delas foram indiciadas.
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