Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante de Operações da PM-DF, era responsável pela segurança da Esplanada dos MinistériosDivulgação/PM-DF
Publicado 07/02/2023 10:50
A Polícia Federal (PF) prendeu quatro oficiais da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal na manhã desta terça-feira, 7, na quinta fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os alvos nesta etapa são suspeitos de omissão no enfrentamento e de colaborar com os vândalos. Um deles é o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era chefe do Departamento Operacional da corporação e estava de licença no dia do ataque.

A PF cumpriu três mandados de prisão temporária e um mandado de prisão preventiva contra o coronel Naime, o capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da Polícia Militar; o major Flávio Silvestre de Alencar, envolvido na ação que "liberou" o acesso dos vândalos ao prédio do STF; e o policial Rafael Pereira Martins. Os nomes não foram divulgados pela PF, mas revelados em reportagem da "GloboNews".
Alencar era subcomandante do 6º batalhão de Polícia Militar do DF, localizado na região da Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.
O capitão Josiel Pereira Cesar estava vinculado ao gabinete do comandante-geral da PM, na função de ajudante de ordens. O outro preso, tenente Rafael Pereira Martins, ingressou na PM do DF em concurso de 2019 e não tinha cargo comissionado na estrutura da cúpula da corporação.

Os policiais federais também fazem buscas em seis endereços na capital federal. Todas as ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator das investigações sobre os atos do dia 8.

Os alvos nesta etapa são investigados por seis crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

No dia 20 de janeiro, a primeira fase da Operação Lesa Pátria prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Na semana passada, a PF, em outra fase da ação, fez novas prisões.

A Operação Lesa Pátria se tornou permanente, com desdobramentos periódicos. Até o momento, 16 pessoas foram presas preventivamente. A PF também cumpriu 31 mandados de busca e apreensão nas etapas anteriores da investigação.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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