Publicado 17/03/2023 14:13 | Atualizado 17/03/2023 14:32
Brasília - O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, nesta sexta-feira, 17, que processará o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por racismo e quebra de decoro. Em entrevista ao 'UOL News', o ex-governador do Maranhão confirmou que levará o caso à Justiça após as insinuações do '03' da família Bolsonaro sobre o suposto envolvimento de Dino e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o crime organizado no Complexo da Maré.
"A princípio, nem cogitei entrar com representações porque essa gente não merece muita atenção. Mas fiz uma reflexão quanto à agressão a milhares de pessoas sérias e honestas que, só por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde. Em primeiro lugar, há racismo. Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial. Há crimes contra a honra que estão sendo analisados e serão objeto dessas providências que vou anunciar na segunda-feira", disse Dino.
Após a divulgação de mais uma notícia falsa, Eduardo Bolsonaro foi às redes sociais nesta sexta, 17. A reação ocorreu depois da repercussão negativa sobre o seu posicionamento. Mesmo após insinuar o envolvimento de Dino com o crime organizado do Rio, disse que acusá-lo de racismo "é golpe baixo", pois ele estava cumprindo seu "dever de deputado".
"Questionar presença de MJ em território dominado pelo tráfico sem forte aparato policial, sem imprensa, cuja notoriedade nas redes só foi dada depois, é dever do deputado", disse.
No plenário da Câmara, na quinta-feira, 16, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) saiu em defesa de Dino e questionou Eduardo Bolsonaro sobre o escândalo das joias destinadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que entraram ilegalmente no Brasil, como presente do regime da Arábia Saudita.
O ministro da Justiça e da Segurança Pública não aliviou o tom das críticas e acusou Eduardo Bolsonaro de manipulação de fatos para alimentar a rede de apoiadores bolsonaristas.
"Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos. Isso é execrável, hediondo, asqueroso. É inadmissível. Essas pessoas têm que respeitar o povo pobre do país. Temos que nos perguntar sempre se essa gente vai ter auditório para prorrogar esse método fascista de manipulação de fatos para alcançar seus intentos políticos", disparou Dino.
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