Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Publicado 02/05/2023 07:40 | Atualizado 02/05/2023 07:41
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Monitoramento de satélites ainda identifica atividade de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, apesar de a maioria dos pontos de garimpo já ter sido desativada. A afirmação é da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que esteve em Roraima nesta segunda-feira, 1º, em uma comitiva do governo federal acompanhando a situação. O grupo também era integrado pelas ministras da Saúde, Nísia Trindades, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

"Nós pudemos observar no sobrevoo que existem vários garimpos que, de fato, foram desativados, estão abandonados, mas alguns, segundo os dados do satélite, e pelo que pudemos observar, continuam ativos. E serão desativados", disse Marina Silva em entrevista no fim da visita.
A viagem ocorreu por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dois dias depois que um atentado cometido por garimpeiros deixou um indígena morto e dois feridos. O Yanomami que morreu no último sábado, 29, identificado como Ilson Xirixana, atuava como agente de saúde na região. De acordo com a ministra, de 75% a 80% dos garimpeiros que ocupavam a região já saíram do local.

Em Boa Vista, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, visitou os sobreviventes do atentado que estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR), mas fora de perigo. Os nomes deles são Otoniel Xirixana e Venâncio Xirixana. Ela lamentou o ataque e elogiou a atuação das equipes que prestaram socorro às vítimas. Nísia Trindade ressaltou que é essencial garantir segurança a esses profissionais.

"O ataque ocorreu próximo a uma unidade de saúde que conseguimos abrir recentemente. Isso coloca, para nós, a necessidade, ao lado do cuidado com a saúde dos indígenas, o cuidado com os trabalhadores da área. Precisamos cuidar de quem está cuidando".

Pacificação
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que o governo trabalha para desocupar a Terra Indígena Yanomami sem que haja violência.

"A nossa preocupação é que tudo aconteça da forma mais pacífica possível. A gente não está, de forma alguma, incentivando esse conflito, não queremos derramamento de sangue. É por isso que a gente vem aqui, mais uma vez, para trazer essa presença do Estado brasileiro e reforçar a operação de libertação dentro do território Yanomami", destacou.

O secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Tadeu Alencar, alertou os invasores da terra indígena que o governo não vai tolerar o prosseguimento de ações criminosas na área.

"O Estado brasileiro não vai tolerar aqueles que, de forma flagrante, ilegal e criminosa, estão sendo recalcitrantes quanto à decisão de deixar esse território com os povos originários, para que o Estado possa cumprir o seu papel", afirmou.
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