Publicado 23/05/2023 08:36 | Atualizado 23/05/2023 11:15
Brasília - A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta terça-feira, 23, mais uma etapa da Operação Lesa Pátria para prender um investigado por ligação com os atos golpistas que devastaram as dependências do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso no dia 8 de janeiro. Os alvos nesta etapa são suspeitos de omissão no enfrentamento e de colaborar com os vândalos. Um deles já foi detido, o major Flávio Silvestre de Alencar. Ele já havia sido preso na 5ª fase da ação.
O major preso é suspeito de ter orientado a dissolução da barreira montada no topo da rampa de acesso que faz a ligação entre o Congresso e o Supremo, o que impedia o acesso dos extremistas à Praça dos Três Poderes. Após o bloqueio ser desfeito, os golpistas conseguiram marchar rumo à Corte máxima, devastando o Plenário do STF.
Alencar era subcomandante do 6º batalhão de Polícia Militar do DF, localizado na região da Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.
Ao ser preso em fevereiro, em depoimento aos investigadores, Alencar disse que achou "muito estranho ter sido convocado" para convocar o efetivo no 8 de janeiro, uma vez que, pela sua patente, não é comum que um major atue em manifestações de grande porte.
Ele justificou a retirada de policiais dizendo que recebeu a informação de que Josiel Pereira César, ajudante de ordens comandante-geral, além do próprio comandante, estavam presos pelos golpistas.
Ele justificou a retirada de policiais dizendo que recebeu a informação de que Josiel Pereira César, ajudante de ordens comandante-geral, além do próprio comandante, estavam presos pelos golpistas.
Os agentes ainda cumprem quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. As medidas foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, relator das investigações.
Inicialmente, a PF divulgou que a ofensiva buscava cumprir duas ordens de prisão preventiva. Em seguida, a corporação retificou a informação, apontando que somente cumpria um mandado de prisão.
"As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas", disse a Polícia Federal.
A 12ª etapa ostensiva da investigação apura crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Na última operação deflagrada, os agentes cumpriram 22 mandados de busca e apreensão e relacionados a suspeitos de financiar os atos golpistas. As buscas aconteceram em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
Entre os alvos, estavam empresários, produtores rurais e CACs (colecionadores de armas, atiradores ou caçadores esportivos). De acordo com a PF, a Justiça determinou o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões. Esse montante pode ser usado, em caso de condenação, para cobrir os danos ao patrimônio público e ressarcir o Estado.
Em fases anteriores da Lesa Pátria, a Justiça também determinou bloqueios financeiros de outros supostos envolvidos nas ações. Ainda de acordo com a corporação, nas etapas anteriores da ação foram cumpridos 64 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária, 174 mandados de busca e apreensão e 17 instaurações de inquérito policial.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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