Publicado 28/06/2023 10:48 | Atualizado 28/06/2023 10:52
O número de lares aumentou mais nos últimos 12 anos do que o de habitantes no país. As famílias ficaram mais enxutas, com menos gente vivendo sob o mesmo teto, na média geral da população. Segundo os dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou um salto de 34% em relação aos 67,570 milhões de lares encontrados no Censo 2010, o equivalente a 23,118 milhões de lares a mais em pouco mais de uma década.
De acordo com o instituto, o país chegou a 90,688 milhões de domicílios no ano passado. No mesmo período, a população brasileira cresceu 6,5%.
"A gente não pode dizer que existe relação com qualquer outra coisa. O que a gente observa aqui é que a população aumentou, mas aumentou proporcionalmente muito mais a quantidade de domicílios, principalmente domicílios não ocupados", disse o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte, quando questionados sobre eventuais motivos para o fenômeno.
O número de domicílios aumentou em todos os estados e no Distrito Federal entre os Censos 2010 e 2022. O município de São Paulo, o mais populoso, concentrava o maior número de lares: 4,9 milhões, um crescimento de 27% ante 2010.
No conjunto de unidades domiciliares recenseadas em 2022, 90,6 milhões eram domicílios particulares permanentes, outros 66 mil domicílios particulares improvisados e mais 105 mil domicílios coletivos.
Entre os domicílios particulares permanentes, 72,447 milhões estavam ocupados em 31 de julho de 2022, data de referência do Censo Demográfico, enquanto 18,070 milhões estavam desocupados. Os domicílios ocupados aumentaram 26% em relação a 2010, e os não ocupados avançaram 80%.
Os lares desocupados foram divididos em duas categorias: ou estavam vagos ou eram de uso ocasional, o que incluía imóveis de veraneio. Os domicílios vagos totalizaram 11,4 milhões em 2022, aumento de 87% em relação a 2010, enquanto os de uso ocasional cresceram 70%, para um total de 6,7 milhões.
O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, contou que o instituto usou durante a coleta informações sobre o consumo de energia de domicílios em áreas consideradas mais turísticas ou de veraneio para conferir a predominância de imóveis de uso ocasional. Ele lembra que o trabalho remoto durante a pandemia de covid-19 pode ter alterado a quantidade de domicílios de uso ocasional em determinados locais, com migração de parte da população de áreas urbanas para locais de veraneio.
"Isso pode ter aumentado (em alguns locais), isso pode ter diminuído em alguns lugares", disse Azeredo. "Esse esvaziamento urbano pode ter se dado em função disso, e pode ter reduzido até o número de domicílios que são considerados de uso ocasional em outros locais."
A redução da média de moradores por domicílio entre 2010 e 2022 ajudaria a explicar o avanço no número de lares, afirmou o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner. A média de moradores caiu de 3,31 pessoas por domicílio no Censo de 2010 para 2,79 pessoas em 2022.
"Então, para abrigar essa população, você precisa de mais domicílios. Esse processo é contínuo, não é novo agora, já há algum tempo a gente vem verificando isso. Cada vez a média de moradores por domicílio é menor. Então isso explica parte do crescimento dos domicílios de maneira tão expressiva. O restante é quantidade maior de domicílios vagos e de domicílios de uso ocasional", disse Stenner.
A densidade demográfica do país foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado, porém com ocupação desigual entre as regiões. No Norte, que tem área de 3.850.593 km, ou 45,2% do território brasileiro, a densidade é de 4,5 habitantes por quilômetro quadrado. No Sudeste, região mais populosa, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado.
"A gente não pode dizer que existe relação com qualquer outra coisa. O que a gente observa aqui é que a população aumentou, mas aumentou proporcionalmente muito mais a quantidade de domicílios, principalmente domicílios não ocupados", disse o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte, quando questionados sobre eventuais motivos para o fenômeno.
O número de domicílios aumentou em todos os estados e no Distrito Federal entre os Censos 2010 e 2022. O município de São Paulo, o mais populoso, concentrava o maior número de lares: 4,9 milhões, um crescimento de 27% ante 2010.
No conjunto de unidades domiciliares recenseadas em 2022, 90,6 milhões eram domicílios particulares permanentes, outros 66 mil domicílios particulares improvisados e mais 105 mil domicílios coletivos.
Entre os domicílios particulares permanentes, 72,447 milhões estavam ocupados em 31 de julho de 2022, data de referência do Censo Demográfico, enquanto 18,070 milhões estavam desocupados. Os domicílios ocupados aumentaram 26% em relação a 2010, e os não ocupados avançaram 80%.
Os lares desocupados foram divididos em duas categorias: ou estavam vagos ou eram de uso ocasional, o que incluía imóveis de veraneio. Os domicílios vagos totalizaram 11,4 milhões em 2022, aumento de 87% em relação a 2010, enquanto os de uso ocasional cresceram 70%, para um total de 6,7 milhões.
O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, contou que o instituto usou durante a coleta informações sobre o consumo de energia de domicílios em áreas consideradas mais turísticas ou de veraneio para conferir a predominância de imóveis de uso ocasional. Ele lembra que o trabalho remoto durante a pandemia de covid-19 pode ter alterado a quantidade de domicílios de uso ocasional em determinados locais, com migração de parte da população de áreas urbanas para locais de veraneio.
"Isso pode ter aumentado (em alguns locais), isso pode ter diminuído em alguns lugares", disse Azeredo. "Esse esvaziamento urbano pode ter se dado em função disso, e pode ter reduzido até o número de domicílios que são considerados de uso ocasional em outros locais."
A redução da média de moradores por domicílio entre 2010 e 2022 ajudaria a explicar o avanço no número de lares, afirmou o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner. A média de moradores caiu de 3,31 pessoas por domicílio no Censo de 2010 para 2,79 pessoas em 2022.
"Então, para abrigar essa população, você precisa de mais domicílios. Esse processo é contínuo, não é novo agora, já há algum tempo a gente vem verificando isso. Cada vez a média de moradores por domicílio é menor. Então isso explica parte do crescimento dos domicílios de maneira tão expressiva. O restante é quantidade maior de domicílios vagos e de domicílios de uso ocasional", disse Stenner.
A densidade demográfica do país foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado, porém com ocupação desigual entre as regiões. No Norte, que tem área de 3.850.593 km, ou 45,2% do território brasileiro, a densidade é de 4,5 habitantes por quilômetro quadrado. No Sudeste, região mais populosa, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado.
Nas concentrações urbanas, arranjos populacionais acima de 100 mil habitantes com forte integração da população ou municípios isolados de mesmo porte populacional, as maiores médias de habitantes por quilômetro quadrado estavam em São Paulo (2.888.78) e Rio de Janeiro (1.934.13).
Os municípios de São João de Meriti, no Rio de Janeiro, Taboão da Serra, Diadema, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul — todos em São Paulo — eram os seis únicos municípios brasileiros com densidade populacional superior a 10 mil habitantes por quilômetro quadrado.
Os municípios de São João de Meriti, no Rio de Janeiro, Taboão da Serra, Diadema, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul — todos em São Paulo — eram os seis únicos municípios brasileiros com densidade populacional superior a 10 mil habitantes por quilômetro quadrado.
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