Publicado 07/12/2023 09:49 | Atualizado 07/12/2023 09:49
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 7, uma operação visando a desarticulação de traficantes de drogas que atuam no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Os agentes cumprem 14 mandados de prisões temporárias e 18 de busca e apreensão contra os criminosos.
Segundo a PF, três investigações apontaram que grupos enviavam cocaína para a Europa e África por "malas irregularmente despachadas, ou através do setor de cargas do aeroporto".
"Parte dos suspeitos são considerados líderes do tráfico na região de Guarulhos, tendo sido identificados, baseados em indícios de técnicas investigativas, nas quais grupos de WhatsApp eram formados para organizar o envio da droga", afirma a PF.
Ainda de acordo com a corporação, já foram apreendidos no Brasil e no exterior quase 700 quilos de cocaína. Os países de destino da droga foram Alemanha (578 quilos), Portugal (77 quilos) e Etiópia (37 quilos).
Brasileiras presas por malas trocadas
Neste ano, um esquema de tráfico internacional de drogas levou para a cadeia da Alemanha duas brasileiras, Jeanne Paollini e Kátyna Baía. Em março, o casal teve as malas trocadas no Aeroporto de Guarulhos. O destino delas era Frankfurt, na Alemanha e quando chegaram ao país, foram presas por 38 dias após encontrarem cocaína nas bagagens. O caso ganhou grande repercussão da mídia. Até o momento, 17 pessoas envolvidas no caso já foram presas.
O casal que saiu de Santa Genoveva, Goiânia, tiveram as etiquetas das malas trocadas por um grupo criminoso de tráfico de drogas no Aeroporto de Guarulhos, fazendo-as levarem a bagagem com os entorpecentes para o país europeu.
As duas negaram a PF que tinham conhecimento do conteúdo da mala e que não cometeram nenhum crime. Ao todo, a polícia alemã apreende 20 kg de cocaína em cada mala.
A base para a liberação do casal foram as imagens que mostram as bagagens sendo trocadas durante uma escala no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo a PF, um dia antes do embarque das duas brasileiras, outra goiana teve a etiqueta da mala trocada por bagagem com drogas ao viajar para Paris, na França, mas não foi presa.
Vídeos obtidos pelo 'Fantástico', da TV Globo, mostram como dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas de Kátyna e Jeanne, uma rosa e uma preta, separam e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito que é monitorada por várias câmeras.
Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia.
As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne e a troca é feita.
Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia.
As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem em seguida do aeroporto, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne e a troca é feita.
A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informou que o manuseio das bagagens, desde o momento do check-in até a aeronave, é de responsabilidade das empresas aéreas.
A concessionária afirma que contribui, quando solicitada, com informações aos órgãos policiais. Esclarece, por fim, que quando ocorre um incidente, se reúne com as autoridades policiais para discutir melhorias nos protocolos de segurança.
Em nota, a Latam, companhia pela qual as goianas viajaram, disse acompanhar o caso com a máxima prioridade e que "tem colaborado com as investigações desde que foi contatada pelas autoridades, prestando também apoio às famílias das passageiras".
Em nota, a Latam, companhia pela qual as goianas viajaram, disse acompanhar o caso com a máxima prioridade e que "tem colaborado com as investigações desde que foi contatada pelas autoridades, prestando também apoio às famílias das passageiras".
"A Latam reforça que nenhum dos funcionários envolvidos pertence à companhia, continuará acompanhando os desdobramentos e repudia veementemente o ocorrido", concluiu a nota.
A advogada das goianas informou que elas iriam entrar com duas ações de reparação, uma na Justiça brasileira e outra na alemã, em razão do episódio.
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