Deputado Carlos Jordy (PL-RJ) foi alvo de operação da PF nesta quinta-feira (18)Reprodução/Câmara dos Deputados
Publicado 18/01/2024 15:52 | Atualizado 18/01/2024 17:30
As buscas da Polícia Federal nos endereços do Deputado Federal Carlos Jordy (PL-RJ) no Distrito Federal e no Rio de Janeiro causaram grande repercussão na internet. Políticos de vários partidos comentaram nas redes sociais sobre os mandados contra o parlamentar. A atividade, desenrolada na manhã desta quinta-feira (18), visava identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os atos golpistas que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Também em uma rede social, Jordy negou a participação nos atos e criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes. "É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão, determinado pelo ministro Alexandre Moraes, é a verdadeira constatação de que nós estamos vivendo uma ditadura. Eu, em momento algum do 8 de janeiro, incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto, pelo contrário, em momento algum eu estive nos quartéis generais quando estava acontecendo todos aqueles acampamentos", disse o deputado.
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol criticou a ação da Polícia Federal. Segundo ele, mesmo que Jordy tivesse participado dos atos, isso não configuraria apoio. "Se o deputado apoiou atos de protesto no 8 de janeiro, sem ter incentivado ou participado de crimes, seu comportamento é legítimo. Muitos protestos são feitos sem crimes serem praticados. Se participou de grupos de Whatsapp em que outras pessoas se envolveram com ilícitos, sem ter se engajado em nada criminoso, também não há crime por parte dele. O que importa é o que fez e sua intenção. Há provas efetivas de crimes ou há meros pretextos?", postou.
Aliado de Jordy, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chamou a operação de "autoritária e arrogante". "A forma como essa investigação está sendo conduzida é muito mais 'lesa pátria' que o próprio 8/Jan. A continuidade dela, além de autoritarismo e arrogância, é o mesmo que querer culpar a mulher que foi estuprada, ou seja, quem defende a democracia passou a ser o errado", comentou na rede social X (antigo Twitter).
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que assim como Jordy tem base eleitoral em Niterói, apoiou a ação contra o parlamentar. "A operação de hoje da Polícia Federal sobre os atos golpistas de 8 de janeiro teve como alvo um parlamentar de Niterói. Quem ataca as liberdades democráticas tem que ser investigado, responsabilizado e punido. Niterói e o Brasil não têm espaço para quem odeia a democracia," escreveu.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também comentou o caso. Segundo a parlamentar, quem "financiou e incitou a tentiva de golpe terá que pagar pelo que fez". "A Operação Lesa Pátria segue nas ruas para investigar os envolvidos nos atos golpistas contra os Três Poderes promovidos no ano passado. Hoje, o alvo da operação da PF é o deputado federal Carlos Jordy, que teria passado orientações sobre atos golpistas a bolsonaristas do Rio de Janeiro. Aqueles que financiaram e incitaram a tentativa de golpe terão que pagar pelas marcas que jamais serão apagadas da história do Brasil. Sem anistia pra golpista!", postou.
Operação em curso permanente
A Lesa Pátria apura crimes de "abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo".
Nas anteriores da operação foram cumpridos:

- Mandados de prisão preventiva: 97
- Mandados de busca e apreensão: 313
- Valores de bens apreendidos: R$ 11.692.820,29
- Valores de veículos apreendidos: R$ 5.032.147
- Valores de ônibus apreendidos: R$ 8.400.000
Ainda de acordo com a PF, as investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos.
 
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