Senador Flávio BolsonaroTânia Rêgo/Agência Brasil
Publicado 25/01/2024 12:49 | Atualizado 25/01/2024 12:50
A Agência Brasileira de Informações (Abin) teria atuado para produzir provas em favor de filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que eles pudessem usar na defesa de investigações judiciais. A Polícia Federal (PF) suspeita de que a agência foi acionada para defender o senador Flávio Bolsonaro (PL) no caso da suspeita de "rachadinha" no seu gabinete quando deputado estadual. A informação é da jornalista Daniela Lima, da "Globo News". O parlamentar nega.
A Abin, sob o governo Bolsonaro, teria ainda agido para entregar informações sobre adversários políticos do ex-presidente. Ainda segundo o blog de Daniela Lima, a agência teria produzido provas para favorecer o também Jair Renan, filho mais novo do ex-chefe do Executivo.
O ex-chefe do órgão e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) esteve à frente do Abin entre julho de 2019 e abril de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar, um amigo da família do ex-presidente, é suspeito de usar a agência para espionar adversários políticos e autoridades políticas através de celulares e tablets sem autorização judicial.
Nesta quinta-feira, 25, a PF fez buscas no gabinete de Ramagem, na Câmara dos Deputados, nas primeiras horas do dia, na operação que investiga um grupo criminoso que supostamente atuava dentro da Abin para monitoramento ilegal.
Na mesma época em que Ramagem estava a frente da agência, o Ministério Público do Rio de Janeiro investigava Flávio Bolsonaro por suspeita de desviar dinheiro de funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa no Rio quando era deputado estadual, entre 2003 e 2018.
Em 2020, o MP denunciou Flávio à Justiça como chefe de uma organização criminosa que desviou R$ 6 milhões (em valores da época). O parlamentar sempre negou as acusações e, 2021, obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação de todas as decisões do juiz do caso.
No fim daquele ano, a "Revista Época" revelou documentos que indicavam que a Abin havia sido usada para proteger Flávio no caso.
De acordo com a "Época", nesses documentos a  agência especifica a finalidade de "defender FB (Flávio Bolsonaro) no caso Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro)", também sugere a substituição dos "postos", em referência a servidores da Receita Federal e traça uma "manobra tripla" para tentar conseguir os documentos buscados pela defesa do filho de Bolsonaro.
Já Jair Renan, filho mais novo do ex-presidente, é alvo de uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal por suspeita de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa para livrar empresas de suas obrigações com órgãos públicos e dívidas.
Em nota, Flávio Bolsonaro negou que tenha se beneficiado das ações da Abin, além de afirmar que se trata de "mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro"
"É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", disse.

"Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia", concluiu.
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