Foram expedidos quatro mandados de prisão, 33 de busca e apreensão e 48 medidas cautelares Foto: Divulgação/PF
Publicado 09/02/2024 16:53
Os alvos da operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito começaram a se manifestar por meio de advogados. Eles afirmam que os investigados vão cumprir as determinações impostas pela Justiça, mas que ainda não tiveram acesso às investigações para saber o que pesa contra cada um deles.

Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram expedidos quatro mandados de prisão, 33 mandados de busca e apreensão e 48 medidas cautelares diversas da prisão.

Jair Bolsonaro

O advogado Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro, não fez comentários sobre o teor das alegações policiais.
"Em cumprimento às decisões de hoje, o presidente Jair Bolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes (já foi entregue). Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão, que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados", disse, nas redes sociais.

Filipe Martins

A investigação aponta participação direta de Filipe Martins na elaboração de uma "minuta do golpe". Em nota, a defesa dele afirmou que ainda não teve acesso à íntegra da investigação. "O advogado de Filipe Martins, João Vinícius Manssur, alega que não teve acesso à decisão que fundamentou as medidas e que já solicitou o acesso integral dos autos para estudo e posterior manifestação."

Marcelo Câmara

O advogado do coronel Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que está a caminho de Brasília para tratar do caso e que ainda não teve acesso ao processo. O militar é apontado como integrante do núcleo que alimentava Bolsonaro com informações que o ajudariam a consumar o golpe de estado.

"Já fiz uma petição eletrônica pedindo acesso e espero que não tenha dificuldades para acessar os autos desta vez. Meu cliente está preso e ter cesso aos autos é fundamental para que possamos tomar as providências cabíveis", afirmou.

Tercio Arnaud

Kuntz também é advogado de Tércio Arnaud, que estava com Bolsonaro no Rio de Janeiro quando a operação foi deflagrada. Ex-assessor especial da Presidência, ele é apontado como um dos principais nomes do "gabinete do ódio" e integrante do "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral".

"Com relação ao Tercio, também já fiz o pedido de acesso e orientei para que voltasse para Brasília, evitando contato com os demais investigados. Importante que tenhamos acesso e possamos identificar as pessoas com as quais o ministro Alexandre não deseja que ele se comunique", disse.
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