Rua alagada em Guaíba, município da região Metropolitana de Porto Alegre, no RSAFP
Publicado 14/05/2024 10:28
O nível do rio Guaíba, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, voltou a subir na manhã desta terça-feira, 14, chegando a 5,20 metros, segundo a régua da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e Agência Nacional de Águas (ANA), devido as fortes chuvas que atingem o estado. Em meio ao período mais frio do ano, a população precisou deixar para trás as suas casas com a água já na canela.
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A chegada de uma frente fria derrubou as temperaturas no Rio Grande do Sul. A Capital chegou a registrar 10ºC no início desta manhã, com máxima prevista para 18ºC ao longo do dia. As equipes da prefeitura seguem nas ruas, atuando no resgate e encaminhando pessoas para os abrigos. Até a noite de segunda-feira, 13, foram 13.688 acolhidos em 159 estruturas emergenciais.
Nesta semana, Porto Alegre pode registrar uma nova cheia histórica, com a possibilidade do Guaíba atingir 5,5 metros até quarta-feira, 15, ultrapassando o pico de 5,3 metros do último dia 5.
"Considerando a elevada duração prevista e o repique da cheia com subida de níveis, recomenda-se manter a atenção a todas as áreas de risco, incluindo aquelas em que a inundação teve redução; atenção especial a população afetada; e ações imediatas para reestabelecimento de infraestruturas e manutenção de serviços essenciais como o saneamento básico", alertaram os técnicos do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em nota.
Para tentar conter o avanço da água, a prefeitura de Porto Alegre montou barricadas com sacos de areia de 1,80 metro. O objetivo é evitar que o Guaíba chegue até a casa de bombas do Departamento Municipal de Água e Esgotos, responsável por drenar os bairros Cidade Baixa e Menino Deus — ambos ainda com registros de alagamentos.
Hoje o tempo fica firme, mas faz mais frio. O nível do Guaíba continua subindo porque os rios inundados que passam pelo interior desaguam na capital. Além disso, o vento forte está levando de volta a água da Lagoa dos Patos para o Guaíba.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na quarta-feira, 15, por sua vez, o ar frio e seco ganha força e o amanhecer do dia pode ter mínima de 0°C a 1°C, com possibilidade de geada moderada a forte em alguns pontos. Na região da campanha e serra do sudeste, as mínimas ficarão em torno dos 2°C. O período da tarde será de temperaturas baixas na maior parte do estado.
Consequência dos temporais
Os temporais que atigem o estado gaúcho já deixou cerca de 147 mortos, 806 feridos e pelo menos 125 desaparecidos, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil.
Os dados ainda mostram que mais de 538,5 mil pessoas estão desalojadas e mais de 76,8 mil estão em abrigos públicos, com necessidades de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 450 cidades foram afetadas e mais de 2 milhões de pessoas sofrem com as inundações.
O balanço também aponta que mais de 76,4 mil vítimas das enchentes já foram resgatadas e mais de 11 mil animais foram salvos, na grande operação que conta mais de 27,6 mil pessoas, mais de 4 mil viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações.
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.
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