Golpistas invadiram e destruíram os prédios públicos em 8 de janeiroAFP
Publicado 29/08/2024 09:33
A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta quinta-feira, 29, mais uma etapa da Operação Lesa Pátria para cumprir dez mandados de busca e apreensão contra suspeitos de incitar e partipar os atos golpistas que devastaram as dependências do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso no dia 8 de janeiro. As diligências estão sendo realizadas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.
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Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator das investigações sobre atos de vandalismo.
Segundo a PF, a Justiça determinou o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões. Esse montante pode ser usado, em caso de condenação, para cobrir os danos ao patrimônio público e ressarcir o Estado. 
"Trata-se de uma etapa ostensiva da investigação que apura crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido", afirma a corporação

A Operação Lesa Pátria se tornou permanente. Novas fases têm sido abertas regularmente. As investigações têm previsão de se estenderem até, pelo menos, janeiro de 2025.
Relembre as principais fases da ação

A primeira fase da Operação Lesa Pátria prendeu cinco suspeitos de participação nos atos golpistas. Entre eles "Ramiro dos Caminhoneiros", Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.

Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.

A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia "pegar o Xandão". O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas nessa mesma etapa.

A PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como "Homem do Tempo", que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.

A oitava etapa da ofensiva teve o maior número de mandados — ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada. A PF prendeu golpistas como a mulher responsável por pichar a estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal com a frase "perdeu, mané" e o homem que teria levado uma bola autografada pelo jogador Neymar da Câmara dos Deputados.

A fase 9 prendeu preventivamente um major da Polícia Militar do Distrito Federal da reserva suspeito de incitar os atos golpistas e de administrar recursos que financiaram ações antidemocráticas. Claudio Mendes dos Santos teria ensinado táticas de guerrilha para os bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília.

Nas primeiras fases, o foco da PF era prender extremistas que participaram dos atos golpistas, mas conseguiram fugir antes de serem detidos. Com o avanço da investigação, os policiais federais fecharam o cerco contra financiadores. O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União) foi alvo de buscas da 15ª fase. Ele afirmou na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado ter "ajudado a bancar" um acampamento golpista.

A cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também foi alvo da operação, que prendeu quatro oficiais da corporação por suspeita de omissão e conivência com os invasores.

A operação ainda chegou ao deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara. As buscas foram motivadas por mensagens trocadas com uma liderança de extrema direita, responsável por organizar bloqueios de estradas após as eleições de 2022.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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