PF vai investigar denúncia contra Silvio AlmeidaRafa Neddermeyer/Agência Brasil
Publicado 06/09/2024 09:21 | Atualizado 06/09/2024 09:29
A Polícia Federal (PF) vai abrir um inquérito para investigar as denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A informação foi confirmada pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, nesta sexta-feira (5), durante entrevista ao programa "Em Ponto", da GloboNews. 

Segundo Rodrigues, a investigação será iniciada por iniciativa própria da PF, mesmo sem ter recebido uma representação formal até o momento. O inquérito deve ser formalmente instaurado ainda nesta sexta-feira (6), e as primeiras testemunhas deverão ser ouvidas na próxima semana. "Provavelmente as pessoas serão ouvidas semana que vem, mas o presidente do inquérito que dirá", completou Rodrigues.
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Silvio Almeida nega acusações
Em nota à imprensa na noite desta quinta-feira (5), o ministro dos Direitos Humanos negou as acusações. "Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", disse o ministro.

As denúncias contra o ministro foram divulgadas pela coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, e confirmadas em nota pública pela organização não governamental Me Too Brasil, que atua no combate ao assédio sexual.  Entre as vítimas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e outras mulheres.
"A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual Me Too Brasil confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico".
De acordo com o Metrópoles, os supostos episódios de assédio já circulavam há meses entre outros integrantes do primeiro escalão do governo Lula (PT). O assunto já teria chegado à Controladoria-Geral da União (CGU), ministério responsável por lidar com casos de assédio moral e sexual no serviço público federal.
Uma reportagem do UOL, publicada nesta quarta-feira (4), afirmou que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania tem sido alvo de denúncias de assédio moral. Ao todo, teriam sido instaurados dez procedimentos internos de apuração. Ainda de acordo com a matéria, sete desses procedimentos foram arquivados por "falta de materialidade", enquanto três ainda estariam em aberto até, pelo menos, julho de 2024.
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