Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL)Felipe Marques/Zimel Press/Estadão Conteúdo
Publicado 05/10/2024 14:23
O Hospital Israelita Albert Einstein afirma que Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica Mais Consulta, que consta em laudo falso divulgado pelo candidato Pablo Marçal (PRTB) para afirmar que o também candidato Guilherme Boulos (PSOL) passou pelo local em 19 de janeiro de 2021 em meio a um surto por uso de cocaína, nunca atuou nas unidades hospitalares da rede ou em qualquer outra atividade administrada pelo Einstein.
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A informação foi confirmada na manhã deste sábado, 5, em razão de Teixeira Silva Junior aparecer em imagem ao lado Marçal usando um jaleco com o nome do hospital.
Candidatos à Prefeitura de São Paulo se manifestaram em repúdio à divulgação do laudo falso. A própria campanha de Boulos, logo após a divulgação do suposto laudo na noite de sexta-feira, 4, nas redes sociais de Marçal, encaminhou uma nota à imprensa afirmando se tratar de um documento "falso e criminoso". A imagem publicada pelo candidato do PRTB em seu perfil no Instagram foi derrubada da rede social cerca de uma hora após a publicação.
O Albert Einstein cita apenas que o nome dele consta em lista de um curso organizado pelo hospital há muito anos. "Seu nome figura apenas na lista de alunos do curso de especialização de Captação, Doação e Transplantes de Órgãos e Tecidos, realizado em 2016, disponibilizado para profissionais da área de saúde em geral", disse o hospital.
Teixeira da Silva Junior foi condenado pela Justiça Federal por falsificar documentos para obter registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em 19 de dezembro de 2017. Procurado pela reportagem para comentar, não foi localizado. O espaço permanece aberto para manifestação.
Na manhã deste sábado, o juiz da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, Rodrigo Marzola Colombini, determinou que o candidato Marçal e outros perfis apaguem postagens com informações sobre o laudo. Para o magistrado, "há plausibilidade nas alegações, envolvendo não apenas a falsidade da documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do pleito, de modo que impositiva a suspensão liminar dos vídeos impugnados", disse o magistrado.
Desde o primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, bem como em suas redes sociais, Marçal vem acusando Boulos de ser usuário de cocaína, sem apresentar provas.
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