Publicado 11/11/2024 08:16 | Atualizado 11/11/2024 08:32
Antes de ser executado na última sexta-feira, 8, com dez tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos, o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach reconheceu que ajudava o Primeiro Comando da Capital (PCC) a lavar dinheiro com a compra de imóveis. Trechos da delação premiada foram exibidos pelo 'Fantástico', da TV Globo, neste domingo, 10.
PublicidadeGritzbach estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção paulista na região do Tatuapé, na Zona Leste da capital. Sua trajetória está associada à chegada do dinheiro do tráfico internacional de drogas à facção
O empresário fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.
Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário.
O empresário fechou acordo de delação premiada, homologado pela Justiça em abril. As negociações com o Ministério Público Estadual duravam dois anos e ele já havia prestado seis depoimentos.
Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário.
"Eu admito que participei dessas transações, foi uma venda comercializada aonde meu escritório fez análise jurídica, rodou os contratos e onde acabei fazendo no nome do meu tio e do meu primo", disse.
Os dois seriam os laranjas de Claudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, outro líder da facção, assassinado em 2022. Gritzbach apontou que os dois receberam cerca de "R$ 300 mil por imóvel".
Nas reuniões com o Ministério Público, Vinícius pedia proteção contra ameaças que vinha sofrendo. "Eu sofro um atentado, onde estou tentando repelir os crimes e chegar a algum lugar".
Segundo a reportagem, depois da primeira reunião com o MP em dezembro, Gritzbach foi alvo de um atentado. No dia de Natal, o apartamento onde estava foi alvo de tiros. O órgão ofereceu a ele o apoio do Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas (Provita), do governo federal, mas ele recusou.
"Ele se recusou por várias vezes ingressar no programa, o que ele queria era uma espécie de escolta policial, não há nenhuma previsão legal para isso", explicou Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do GAECO do Ministério Público de São Paulo.
"Ele se recusou por várias vezes ingressar no programa, o que ele queria era uma espécie de escolta policial, não há nenhuma previsão legal para isso", explicou Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do GAECO do Ministério Público de São Paulo.
Execução
O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto, no dia 8, no Aeroporto de Guarulhos, quando voltava de viagem. Ele transportava uma mala com joias no momento em que levou dez tiros de fuzil na área de desembarque do Terminal 2. As joias foram apreendidas pela polícia.
O ataque ocorreu por volta das 16h e os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima. Uma dupla de criminosos realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil, que transfixaram seu corpo.
As imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.
O ataque ocorreu por volta das 16h e os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima. Uma dupla de criminosos realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil, que transfixaram seu corpo.
As imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.
O empresário estava acompanhado de quatro seguranças, todos policiais militares. Segundo Guilherme Flauzino, advogado dos agentes que faziam a segurança, eles não têm envolvimento na execução do empresário.
"Estavam apenas trabalhando, fazendo seu bico. Eles cuidavam do filho do Vinícius como se fosse filho deles", explicou.
"Estavam apenas trabalhando, fazendo seu bico. Eles cuidavam do filho do Vinícius como se fosse filho deles", explicou.
Os PMs que trabalhavam na segurança de Vinícius foram ouvidos e estão afastados das funções na corporação temporariamente.
Em nota a Polícia Civil informou que armas que estavam em mochilas encontradas perto do aeroporto serão periciadas. Elas podem ter sido usadas no ataque e que as investigações prosseguem.
"Ele era um arquivo vivo. Ele é alguém que infelizmente se envolveu com um crime organizado. Todas as linhas de investigação, elas serão levadas em conta e eu garanto para vocês que o Ministério Público vai acompanhar, como sempre acompanhou, mas especialmente nesse caso, vai acompanhar e auxiliar no que for possível as investigações da Polícia Civil para que esse caso seja solucionado o mais rápido possível, afirmou Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do GAECO do Ministério Público de São Paulo.
Motorista de aplicativo baleado
O ataque a Gritzbach também matou o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos. Ele estava na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos quando foi atingido por um tiro de fuzil nas costas.
Novais perdeu um rim e parte do fígado. Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico no Hospital Geral de Guarulhos (HGG) e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na noite de sábado, 9.
Ele deixa a esposa, Simone Dionízia Fernandes Novais, com quem era casado há mais de duas décadas, além de três filhos: o caçula, de apenas 3 anos, um adolescente de 13 e outro jovem de 20 anos.
O ataque a Gritzbach também matou o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos. Ele estava na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos quando foi atingido por um tiro de fuzil nas costas.
Novais perdeu um rim e parte do fígado. Ele foi submetido a um procedimento cirúrgico no Hospital Geral de Guarulhos (HGG) e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na noite de sábado, 9.
Ele deixa a esposa, Simone Dionízia Fernandes Novais, com quem era casado há mais de duas décadas, além de três filhos: o caçula, de apenas 3 anos, um adolescente de 13 e outro jovem de 20 anos.
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