Publicado 23/06/2020 12:06 | Atualizado 23/06/2020 13:13
Campos — Na tempestade perfeita da crise econômica que castiga Campos, o município tenta atravessar a tormenta da pandemia do coronavírus com cada vez menos recursos. Nesta terça, a prefeitura campista recebeu o menor repasse dos royalties do petróleo dos últimos 18 anos: R$ 9,8 milhões. Desde abril de 2002, quando registrou R$ 9,6 milhões, a cidade não arrecadava um valor tão baixo.
O repasse atual é 42,5% inferior ao de maio, de R$ R$ 16,3 milhões, e 71% menor que o de junho do ano passado (R$ 33,6 milhões). A tendência se agrava também quanto às Participações Especiais, bônus por produtividade dos poços da Bacia de Campos. No mês passado, foi apenas R$ 1,1 milhão, pela produção do primeiro trimestre deste ano, recorde histórico negativo. Até este mês, o município já acumula perdas de R$ 132,1 milhões em royalties e PEs somados, se comparados com o mesmo período do ano passado.
Com a arrecadação cada vez menor, e reduzida ainda mais pelo isolamento social forçado pelo coronavírus, e o adiamento de tributos municipais, a prefeitura tenta encontrar formas de manter o investimento no combate ao avanço da doença. Nesse contexto, havia grande expectativa pela inauguração do hospital de campanha do governo estadual, que daria fôlego ao município para absorver a demanda crescente por atendimento.
“Todo mundo sabe da falta de recursos que Campos enfrenta. Estamos colocando todas as energias no combate à pandemia”, criticou o prefeito Rafael Diniz. "A situação é grave e estamos quase no limite da nossa capacidade".
Até a noite de segunda, Campos tinha 1.551 casos confirmados e 96 mortos pelo coronavírus, além de mais 20 óbitos em investigação.
Comentários