O governador do Rio, Wilson Witzel (ao centro), ao lado do prefeito de Campos, Rafael Diniz, durante evento na cidade em 2019 - O governador Wilson Witzel (ao centro) e o prefeito de Campos, Rafael Diniz, abriram a feira RioAgro, e abordaram formas de estimular a produção agrícola do Norte Fluminense
O governador do Rio, Wilson Witzel (ao centro), ao lado do prefeito de Campos, Rafael Diniz, durante evento na cidade em 2019O governador Wilson Witzel (ao centro) e o prefeito de Campos, Rafael Diniz, abriram a feira RioAgro, e abordaram formas de estimular a produção agrícola do Norte Fluminense
Por Leonardo Maia
Campos — Sem arrecadação e sem apoio de seu governo estadual, Campos se vê numa encruzilhada no combate à pandemia do coronavírus. Com recursos escassos para investir na infraestrutura hospitalar municipal, o prefeito Rafael Diniz adotou, por muito tempo, tom moderador nas cobranças ao governador Wilson Witzel, na expectativa de que o prometido hospital de campanha finalmente saísse do papel. Mas com a recomendação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para que não se entregue a unidade, Diniz elevou o tom.
“Todo mundo sabe da falta de recursos que Campos enfrenta. Estamos colocando todas as energias no combate à pandemia, mas se o governo do estado não fizer sua parte, a situação vai ficar ainda mais difícil”, criticou o prefeito Rafael Diniz, no momento em que o município recebe o menor repasse de royalties do petróleo em 18 anos.
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A irritação do prefeito se avoluma há vários dias. Com o confirmado fenômeno de interiorização da covid-19, Campos tem registrado recordes de casos e mortes nas últimas semanas, estressando a limitada capacidade da rede pública municipal. Como se não bastasse, mesmo com o panorama indicando um agravamento da situação da epidemia no município, setores da economia pressionam pela reabertura.
A estrutura do hospital de campanha de Campos, prometido pelo governo do estado, está pronta. Mas não há equipamentos para que ele possa funcionar - Jean Barreto
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O hospital de campanha era uma esperança de alívio para a cidade. Mas, por enquanto, não passa de uma grande estrutura oca montada na principal avenida de Campos. A obra já está pronta, mas não há equipamentos, e a unidade não pode funcionar.
“Não abriram o hospital de campanha, nem sequer responderam a outras soluções apresentadas pelo município”, acrescentou Diniz. “Diante da falta de resposta por parte do estado, o município vai fazer tudo que for possível para proteger a saúde e a vida da nossa população”.
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Sem o respaldo estadual, a prefeitura conseguiu ampliar a rede de leitos de UTI e clínicos na semana passada. Eram 154, agora são 199 no total. Mas os casos graves têm crescido na cidade, o que gerou aumento de internações. O foco tem sido investir na adaptação de setores das unidades municipais ou das que prestam serviço para o município.
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Por nota, a prefeitura disse ainda que continua a aguardar “uma resposta oficial do estado para a ampliação de leitos, seja através do hospital de campanha, que já possui uma estrutura montada, ou da contratação de leitos em unidades contratualizadas, como já foi sugerido pela prefeitura antes mesmo da montagem do hospital de campanha”.
Até a noite de segunda, Campos tinha 1.551 casos confirmados e 96 mortos pelo coronavírus, além de mais 20 óbitos em investigação.