Com menor repasse de royalties em 18 anos, Campos luta para manter investimentos
Município recebeu este mês R$ 9,8 milhões das indenizações da exploração do petróleo, quantia mais baixa desde abril de 2002
A queda de produtividade dos campos de petróleo da Bacia de Campos tem afetado fortemente a economia dos municípios do Norte FluminenseArquivo / Secom Macaé
Por Leonardo Maia
Campos — Na tempestade perfeita da crise econômica que castiga Campos, o município tenta atravessar a tormenta da pandemia do coronavírus com cada vez menos recursos. Nesta terça, a prefeitura campista recebeu o menor repasse dos royalties do petróleo dos últimos 18 anos: R$ 9,8 milhões. Desde abril de 2002, quando registrou R$ 9,6 milhões, a cidade não arrecadava um valor tão baixo.
O repasse atual é 42,5% inferior ao de maio, de R$ R$ 16,3 milhões, e 71% menor que o de junho do ano passado (R$ 33,6 milhões). A tendência se agrava também quanto às Participações Especiais, bônus por produtividade dos poços da Bacia de Campos. No mês passado, foi apenas R$ 1,1 milhão, pela produção do primeiro trimestre deste ano, recorde histórico negativo. Até este mês, o município já acumula perdas de R$ 132,1 milhões em royalties e PEs somados, se comparados com o mesmo período do ano passado.
O governador Wilson Witzel (ao centro) e o prefeito de Campos, Rafael Diniz, abriram a feira RioAgro, e abordaram formas de estimular a produção agrícola do Norte Fluminense - O governador Wilson Witzel (ao centro) e o prefeito de Campos, Rafael Diniz, abriram a feira RioAgro, e abordaram formas de estimular a produção agrícola do Norte Fluminense
“Todo mundo sabe da falta de recursos que Campos enfrenta. Estamos colocando todas as energias no combate à pandemia”, criticou o prefeito Rafael Diniz. "A situação é grave e estamos quase no limite da nossa capacidade".