Major Apollo: enfrentou alemães e conseguiu importantes vitóriasReprodução Internet
Por Thiago Gomide
Publicado 04/05/2021 07:00 | Atualizado 04/05/2021 07:27
Em tempos de resistência, é preciso lembrar de um personagem pouco conhecido, mas muito importante para a história do Brasil: Major Apollo Miguel Rezk.
Poucos aguentariam a barra que esse homem viveu em plena Segunda Guerra Mundial, sob o fogo cruzado dos nazi-fascistas. A conquista de Monte Castelo, na Itália, que erroneamente alguns acreditam que foi fácil, tem também as digitais desse carioca nascido em 1918.
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Após concluir o Colégio Pedro II, Apollo tinha o sonho de fazer parte das Forças Armadas. Não deu. Na tradicional Escola Militar de Realengo escutou que a saúde frágil não combinava com o rigor físico exigido. Ficou na reserva, pra em qualquer emergência ser convocado.
Não demorou muito. Apenas 7 anos após a reprovação, uma tensão internacional colocou o planeta de cabeça pra baixo e a vida do rapaz na mesma posição. Em 1942, ele teria que largar o comércio e a economia para embarcar rumo à Europa. O Brasil decidia entrar no conflito mundial. Era, ao mesmo tempo, uma corrida para reparar nossas fragilidades e contra os bem preparados soldados alemães e italianos. Precisava-se coragem e estratégia.
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Pense em um lugar repleto de inimigos fortemente armados. Para piorar a situação, eles estão no alto, com a vantagem da observação privilegiada e aproveitando a lei da gravidade. Monte Castelo ofertava essas características aos militares do Brasil. Tenente Apollo estava à frente de um pelotão em dezembro de 1944. A missão era quebrar uma estratégica barricada alemã. Se um conflito nessas circunstâncias imitasse os desenhos animados, a chance de vitória de quem precisa escalar é quase zero. Ele venceu, adianto, mas até hoje estudam de qual maneira.
Foram dias de intensos tiroteios e bombardeios. Viu amigos serem mortos. Mantendo a frieza e seguindo o objetivo, foi em frente, ocupando espaços. Ficou cercado. Foi ferido e, mesmo assim, manteve a liderança e o dedo no gatilho. Quando parecia tudo perdido, controlou as perdas e aprisionou alemães. A falta de roupas adequadas fez com que intenso frio congelasse os pés, dificultando a locomoção até a morte, em 1999, aos 80 anos.
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Apollo foi um dos 452 oficiais R/2 combatentes na Segunda Guerra. O Brasil enviou mais de 25 mil homens para a Europa. As baixas foram muitas. Só a conquista de Monte Castelo nos custou 400 soldados e inúmeros feridos. A tomada de Montese, pouco conhecida, mas fundamental estrategicamente, ajudou a riscar as defesas inimigas. No mínimo quatorze mil adversários se renderam aos militares brasileiros.
Entre tantas condecorações, Apollo Miguel Risk, um filho de libanês com síria, recebeu a Medalha de Campanha, Medalha de Sangue do Brasil e a Medalha de Guerra. Foi homenageado nos Estados Unidos também.
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Essa pandemia nos leva aos mais diferentes desafios, em especial aos combates emocionais. Às vezes parece que tudo está perdido. Às vezes parece que não vamos suportar. Às vezes temos a certeza que o adversário está mais bem equipado e melhor posicionado.
Que Apollo nos sirva de respiro.
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Agradecimento
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O jornalista e R/2 Cesar Miranda Ribeiro, atual presidente do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, foi quem me apresentou essa história.
Fica aqui o agradecimento.
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Aproveitando: o MIS está cheio de novidades, inclusive uma webrádio, mostrando o rico acervo do Museu. Clique aqui para ver o que anda rolando.
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Monumento aos Pracinhas
Em 2019, fiz um vídeo mostrando detalhes do Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo.
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Só apertar o play e curtir.
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O Exército tem um site dedicado ao Monumento.
 
 
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