Publicado 15/06/2021 09:00
Francisco Paulo de Almeida , o Barão de Guaraciaba, honraria que recebeu de princesa Isabel em 1887, nasceu em janeiro de 1826, em Lagoa Dourada, cidadezinha da região aurífera de Minas Gerais.
O pai era comerciante e a mãe escrava. Ele era negro. Ainda adolescente, trabalhou produzindo botões para abotoaduras, com ouro e prata. Para dar um gás no orçamento, tocou violino em enterros. Mas foi como tropeiro que descobriu como ganhar grana de verdade.
Rodando de Minas para o Rio de Janeiro, conheceu a realidade do agronegócio. Não demorou para investir nesse ramo, comprando terras no Vale Paraíba, rica região produtora de café no sul Fluminense.
Na fazenda Veneza, em Valença, cerca de duas centenas de pessoas escravizadas ralavam dia e noite para que os ganhos do senhor não diminuíssem. Eram 400 mil pés de café. Conhecido como “ouro verde”, o grão manteve a economia brasileira pujante durante boa parte do século XIX e as três primeiras décadas do XX.
O ditado popular diz que dinheiro atrai dinheiro. Francisco se apaixonou pela filha de um fazendeiro vizinho ainda mais poderoso. Casaram. A consequência foi virar sócio do sogro, herdando, em seguida, com a morte dele, os bens. No auge, as propriedades do mais bem sucedido Barão negro do Brasil contaram com mil pessoas escravizadas.
E os negócios não ficaram atrelados somente a terra: ele foi dono de dois bancos, usina hidrelétrica e participou da construção da Estrada de Ferro Santa Isabel do Rio Preto, ligando Valença a Barra do Piraí. A inauguração da ferrovia contou com a presença do imperador Dom Pedro II.
Por causa da raça, Francisco sofreu inúmeros preconceitos. Muitos empresários não aceitavam o sucesso dele, promovendo as mais diferentes maracutaias para influenciar negativamente nos negócios.
O pai era comerciante e a mãe escrava. Ele era negro. Ainda adolescente, trabalhou produzindo botões para abotoaduras, com ouro e prata. Para dar um gás no orçamento, tocou violino em enterros. Mas foi como tropeiro que descobriu como ganhar grana de verdade.
Rodando de Minas para o Rio de Janeiro, conheceu a realidade do agronegócio. Não demorou para investir nesse ramo, comprando terras no Vale Paraíba, rica região produtora de café no sul Fluminense.
Na fazenda Veneza, em Valença, cerca de duas centenas de pessoas escravizadas ralavam dia e noite para que os ganhos do senhor não diminuíssem. Eram 400 mil pés de café. Conhecido como “ouro verde”, o grão manteve a economia brasileira pujante durante boa parte do século XIX e as três primeiras décadas do XX.
O ditado popular diz que dinheiro atrai dinheiro. Francisco se apaixonou pela filha de um fazendeiro vizinho ainda mais poderoso. Casaram. A consequência foi virar sócio do sogro, herdando, em seguida, com a morte dele, os bens. No auge, as propriedades do mais bem sucedido Barão negro do Brasil contaram com mil pessoas escravizadas.
E os negócios não ficaram atrelados somente a terra: ele foi dono de dois bancos, usina hidrelétrica e participou da construção da Estrada de Ferro Santa Isabel do Rio Preto, ligando Valença a Barra do Piraí. A inauguração da ferrovia contou com a presença do imperador Dom Pedro II.
Por causa da raça, Francisco sofreu inúmeros preconceitos. Muitos empresários não aceitavam o sucesso dele, promovendo as mais diferentes maracutaias para influenciar negativamente nos negócios.
“Barões de chocolate” era a forma que Guaraciaba e outros barões negros eram normalmente tratados. Em determinadas rodas sociais, Francisco, independente do poder e dinheiro, não podia pisar de forma alguma.
A Lei Áurea pôs um teórico ponto final na escravidão em 1888. O racismo continuou (e continua) infelizmente vivíssimo.
Aos 75 anos, em 1901, Barão de Guaraciaba morreu no Rio de Janeiro, deixando em testamento parte do dinheiro acumulado para funcionários, muitos ex-escravos.
Fiz um vídeo contando mais detalhes:
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