Elson de Aquino, de 63 anos, foi encontrado internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas Filho, na Penha. Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Publicado 25/02/2021 20:30 | Atualizado 26/02/2021 07:27
Desaparecido há 5 dias, após sair de um prédio no bairro Pechicha, na Zona Oeste, o aposentado Elson Antônio de Aquino, de 63 anos, foi localizado, por familiares, internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio. Segundo a família, ele está sedado e seu estado de saúde é considerado estável.
Familiares relataram que Elson sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), quando caminhava em via pública, em Cascadura. Ele pretendia ir a um mercado comprar material para confecção de pipas, um dos seus hobbies preferidos. O aposentado foi socorrido por uma ambulância e encaminhado à unidade de saúde.
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Em um misto de alívio e apreensão, o estoquista Eduardo Teles de Aquino, de 23 anos, disse que o foco da família, agora, será na recuperação do pai. Ele agradeceu às pessoas que ajudaram nas buscas e reiterou a importância da mobilização das redes sociais e da divulgação feita na mídia.
“Meu pai passou mal na rua, mas foi atendido e levado para o hospital, onde está sendo muito bem tratado. Queremos agradecer a todos que ajudaram. A mobilização e a divulgação do DIA Online foram fundamentais. Agora, vamos acompanhar o tratamento médico e focar na recuperação”, ressaltou.
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Vídeo- Em matéria publicada, na última terça-feira, o DIA Online mostrou imagens do idoso, na manhã do último sábado, quando foi visto pela última vez, saindo do prédio, no bairro Pechincha, onde fazia pequenos serviços. Morador do bairro Freguesia, na Zona Oeste, Elson tem 4 filhos. Conforme familiares, ele já havia sofrido um AVC há cerca de 20 anos, mas estava sem sequelas e tomava remédios controlados. O caso foi registrado na Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA).

Desaparecimentos de idosos por problemas de saúde são recorrentes
Em janeiro de 2021, foram registrados 383 desaparecimentos de pessoas, no Estado do Rio de Janeiro, conforme dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). De acordo com o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os desaparecimentos de pessoas, com faixa etária entre 36 e 65 anos, correspondem a cerca de 22,5% do total de casos registrados em sua pesquisa. De 66 anos em diante, o números de casos cai para 5,34%. No caso específico de idosos, com idade a partir dos 60 anos, os sumiços recorrentes estão relacionados, na sua maioria, a problemas de saúde.
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Documentos, objetos com identificação e especificação de doenças são fundamentais na prevenção
Para prevenir os sumiços de idosos, especialistas orientam o porte de documentos e a identificação com contatos inscritos em objetos como pulseiras e cordões. Em casos de problemas de saúde, sobretudo com diagnósticos de Alzheimer e demência senil, o ideal é constar também especificações das doenças, tipos sanguíneos e medicamentos usados no tratamento.
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“Os sumiços de idosos têm sido recorrentes e precisamos orientar e conscientizar a sociedade, pois, devido ao aumento da expectativa de vida, nossa população envelhecerá a cada ano. Portanto, também temos que desenvolver políticas públicas de prevenção. Orientamos às famílias de idosos para o uso de documentos, objetos de identificação e especificação de doenças e/ou outras deficiências. São ações simples que farão diferença no momento das buscas”, explica Jovita Belfort, atual superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimentos de Pessoas e Ampliação do Acesso à Documentação Básica, órgão ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
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