A adolescente Beatriz Pimenta foi encontrada na madrugada deste domingo ao lado de um mercado, em Benfica, na Zona Central do Rio Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Publicado 09/05/2021 19:01
Após cerca de três dias de angústia da família, as buscas à adolescente Beatriz Pimenta Quintanilha, de 15 anos, terminaram com final feliz. A estudante foi encontrada na madrugada deste domingo, perdida e desorientada, ao lado de um grande mercado atacadista, em Benfica, na Zona Central do Rio de Janeiro. Um pedestre avisou à família, após o caso ser divulgado no DIA Online.
Beatriz desapareceu, na manhã da última quinta-feira, após sair para ir a um salão de beleza, próximo de casa, no bairro Trindade, em São Gonçalo. As circunstâncias do sumiço ainda serão esclarecidas pela polícia, com apoio do Conselho Tutelar. Arrependida e muito nervosa, a adolescente disse apenas que foi procurar emprego, mas não quis dar detalhes sobre o caso. Ela contou ao pai que passou muitas dificuldades e sentiu saudades da família.
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A possibilidade de o desaparecimento ter sido motivado por conflitos familiares não foi descartada, contudo, após depoimento do pai, a hipótese de aliciamento pelas redes sociais também será investigada. Beatriz disse que não foi vítima de violência, mas, segundo o pai, ela mantinha contatos pelas redes sociais com pessoas desconhecidas. Dias antes do sumiço, o excesso de exposição à Web fez os pais controlarem os acessos e o uso do aparelho celular da adolescente. Policiais da 74ª DP (Alcântara) investigam o caso.
“Estou emocionado e aliviado por ter encontrado a minha filha, viva e com saúde. Foram dias difíceis! Não desejo isso para nenhuma família. Ainda não sabemos o que ocorreu, mas faço um apelo aos pais que orientem e conversem com seus filhos sobre os riscos das redes sociais. Não sabemos quem está do outro lado. Graças a Deus, tudo terminou bem. Hoje, no Dia das Mães, a mãe dela ganhou um presente! Agradecemos a todos que nos ajudaram nas buscas”, disse, emocionado, o gesseiro Carlos Eduardo Quintanilha, de 36 anos, que tem outras duas filhas, e fez um agradecimento e apelo aos pais (áudio abaixo).
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Relacionamento pela internet é ‘um campo minado’, alertam especialistas
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Com o avanço das redes sociais, os relacionamentos virtuais ganharam destaque e, no mundo globalizado, atingem pessoas em todo o mundo. Contudo, apesar das facilidades e criação de leis para coibir crimes cibernéticos, especialistas alertam que a Internet ainda é um “campo minado”, sobretudo, em casos envolvendo relacionamentos pessoais e movimentações financeiras.
“Estamos há anos militando no enfretamento e prevenção aos desaparecimentos. Tem sido comum casos envolvendo relações pela internet. Na maioria, envolvem adolescentes e jovens, que, após relacionamentos virtuais, marcam encontros e desaparecem. Eles ficam à mercê de iminentes perigos e deixam as famílias desesperadas. O diálogo é a melhor prevenção. Quando os pais perceberem mudanças de hábito dos filhos ou algum relacionamento abusivo devem intervir com uma conversa franca. Os abusadores, geralmente, são permissivos e não demonstram suas reais intenções ”, disse Jovita Belfort, coordenadora do setor de Prevenção e Enfretamento ao Desaparecimento de Pessoas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
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Fragilidades emocionais podem determinar a vulnerabilidade das vítimas
A psicóloga Alessandra Alves Soares credita à Internet apenas o fator facilitador. Com experiência em atendimentos a patologias semelhantes, Soares aponta as instabilidade emocional como gatilho para o aumento da incidência de casos de golpes e aliciamentos nas redes sociais.
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"O problema não é a Internet. Os desequilíbrios emocionais e as carências, na maioria dos casos, determinam a vulnerabilidade das vitimas. Os criminosos, que estão por trás das telas, se aproveitam dessas fragilidades. Ainda que não exista uma hegemonia de gênero, as mulheres acabam sendo mais suscetíveis, por conta, sobretudo, das carências afetivas e das relações amorosas idealizadas. Isso ocorre tanto no mundo virtual, quanto no real. Portanto, os filtros de defesa devem partir do fortalecimento emocional, das prevenções e do diálogo”, esclarece a psicóloga.
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