A menina Esmeralda Laurindo, de 13 anos, foi localizada pela família, na última quinta-feira, após ficar 35 dias desaparecida
A menina Esmeralda Laurindo, de 13 anos, foi localizada pela família, na última quinta-feira, após ficar 35 dias desaparecida Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Após 35 dias de angústia e intensas buscas, o sumiço da adolescente Esmeralda Laurindo de Oliveira, de 13 anos, teve um final feliz. Desaparecida desde o dia 9 de abril, após sair de casa na Comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, a menina foi resgatada por familiares, na noite da última quinta-feira.
Esmeralda disse ter saído de casa após um desentendimento com a família, por causa de um corte de cabelo. Arrependida, a adolescente se emocionou ao rever os familiares e contou ter sido acolhida na casa de uma amiga, no Vidigal, em São Conrado. O caso será analisado pelo Conselho Tutelar da Rocinha.
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Aliviado, o pai da menina agradeceu a todas as pessoas que ajudaram nas buscas e evitou fazer um pré-julgamento sobre o caso. O protético Luiz Henrique Gonçalves de Oliveira, de 52 anos, que tem outra filha de 9 anos, disse ter sofrido com a ausência e que, apesar do susto, serviu como aprendizado.
“Estamos aliviados! Agora, não é o momento de julgarmos ninguém. O mais importante é ter a minha filha de volta. Vamos conversar bastante. Servirá de exemplo para outras meninas. Sou tenho a agradecer a todas as pessoas que nos ajudaram”, disse o protético Luiz Henrique Gonçalves de Oliveira, de 52 anos.
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O Conselho Tutelar da Rocinha informou estar acompanhando o caso e, só após ouvir a adolescente e seus familiares, tomará as medidas cabíveis. O sumiço estava sendo investigado pela Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA).
‘Fugas e aventuras deixam crianças e adolescentes vulneráveis à rede de aliciadores’, alerta especialista
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Fugas de lares envolvendo crianças e adolescentes são recorrentes, mas extremamente arriscadas, alerta Luiz Henrique de Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças da Fundação da Infância e do Adolescente (FIA). Com 30 anos de experiência administrando casos de desaparecimento de menores, Oliveira ressalta que as fugas permeiam o imaginário desses meninos e meninas, que, geralmente, saem de casa após conflitos familiares, podendo ser tornarem vítimas de uma rede de aliciadores e colocados em iminentes riscos.
“Aventuras deixam adolescentes e jovens em risco ou vulneráveis à rede de aliciadores. Essas fugas são provenientes do imaginário desses meninos. Contudo, eles podem ser submetidos a atos violentos, impelidos a trabalhos escravos ou até recrutados para o tráfico de drogas. Por isso, alertamos às famílias que priorizem o diálogo e, ao detectarem algum problema, procurem atendimento especializado nas instituições e conselhos tutelares da sua região”, explica Luiz Henrique.