Daniel Camilo, de 43 anos, foi encontrado morto em um matagal, no último domingo, no bairro Riachão, em Nova Iguaçu
Daniel Camilo, de 43 anos, foi encontrado morto em um matagal, no último domingo, no bairro Riachão, em Nova Iguaçu Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Após 15 dias desaparecido, o pedreiro Daniel Camilo da Silva, de 43 anos, foi encontrado morto, na tarde do último domingo, em um matagal, no bairro Riachão, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Daniel havia sido visto pela última vez, no dia 9, em um mercado, comprando pão, a poucos metros de casa, no bairro Três Marias.
Carroceiros de lixo da região avistaram o cadáver e chamaram a polícia. O corpo, que estava em estado de decomposição, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), em Nova Iguaçu, onde foi reconhecido por familiares. As circunstâncias e a causa da morte do pedreiro serão investigadas por policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que analisarão o resultado dos exames periciais.
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As buscas ao pedreiro mobilizaram dezenas de pessoas. Filho de um pastor evangélico, Daniel era casado e deixa uma filha de 9 anos. Ele estava em tratamento psicológico e vinha tomando remédios controlados, após atentar contra a própria vida, há quatro meses. Diante da dor, familiares buscam força na fé e se confortam, ao menos, com a possibilidade do luto, já que, segundo eles, o desaparecimento traz um sofrimento infinito. 
“Foram dias difíceis para toda a família. Ficamos em oração e, agora, mesmo diante da morte, da dor, acreditamos nos desígnios de Deus. Pelo menos, teremos o luto, já que o desaparecimento nos deixa uma lacuna para um sofrimento sem fim. Agradecemos a todos que nos ajudaram nas buscas. Agora, vamos realizar o sepultamento e aguardar o resultado das investigações”, lamentou a microempreendedora Priscila Garcia, de 35 anos, madrinha de casamento do pedreiro.
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Pedreiro sumiu após sair para comprar pão
De acordo com familiares, Daniel saiu da residência, no Dia das Mães, por volta das 7h. Ele disse que iria comprar pão, em um mercadinho do bairro, mas não retornou. Imagens de câmeras do estabelecimento mostraram o pedreiro passando pela caixa registradora, com uma sacola, e, após fazer o pagamento, seguindo em direção à rua.

Logo após o sumiço do pedreiro, familiares agiram rápido e registraram o caso na 56ª (Comendador Soares). Quando foi ao mercado, Daniel vestia calça caqui, camisa e sandálias verdes. Contudo, de acordo com familiares, o pedreiro estava apenas de sunga quando foi encontrado morto e havia ferimentos no pescoço.
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Informações sobre o caso podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) e encaminhado ao setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de ou Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.
Baixada registra maior número de desaparecimentos no Estado
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De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), nos primeiros quatro meses de 2021, ocorreram 1281 desaparecimentos de pessoas, no Estado do Rio de Janeiro. No mesmo período, a Baixada Fluminense registrou o maior número de sumiços, com 381 ocorrências. As Zonas Norte e Oeste do Rio apontaram 321 casos, seguidos da Capital, com 210. As regiões Metropolitana e dos Lagos têm 180 registros, o Sul-Fluminense, 73; o Norte-Fluminense e a Região Serrana, com 72 e 44 casos, respectivamente, registram o menores números de sumiços.