Aposentado Pedro Morais, de 71 anos, saiu de casa sem avisar à família, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Publicado 18/05/2021 13:14 | Atualizado 18/05/2021 13:40
Há 23 dias, o que era para ser uma simples mudança de residência acabou mudando a rotina da família do aposentado Pedro Morais da Silva, de 71 anos. Familiares e amigos realizam buscas diárias para encontrar o paradeiro do idoso, que, sem avisar, entre idas e vindas de objetos e arrumação de caixas de roupas, resolveu dar uma saidinha e não retornou à casa, no bairro Vilar dos Teles, São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Diagnosticado com problemas psicológicos, Pedro não tinha o costume de sair sem avisar à família. O idoso toma remédios controlados e necessita de cuidados especiais. De acordo com familiares, apesar de demonstrar lucidez em determinados momentos, o fato de não fazer uso dos medicamentos pode ter provocado um surto psicótico e levado o idoso a ficar perambulando sem rumo.
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Segundo familiares, o aposentado saiu de casa levando, apenas, a carteira de identidade. Ele não tinha o hábito de usar aparelho celular. Solteiro, Pedro mora com uma das irmãs e, devido aos problemas de saúde, só saía sozinho, de forma monitorada, para fazer compras em comércios próximos de casa. A mudança estava programada para ocorrer entre residências localizadas no mesmo bairro, a cerca de 500 metros de distância. Quando saiu de casa, o aposentado vestia camisa preta e bermuda marrom.
‘Isso nunca aconteceu!’
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“Estamos abalados, isso nunca aconteceu! Meu tio tem problemas cognitivos, psicológicos e necessita de remédios controlados. A família sempre cuidou muito bem dele e está focada nas buscas. Já rodamos por ruas, hospitais e até necrotérios da região. Acreditamos que ele possa estar em algum lugar, sendo cuidado, mas, como não deve estar lúcido, pode ter sido levado para alguma residência, encaminhado a algum hospital ou clínica psiquiátrica”, ressalta a sobrinha Fátima de Oliveira Goulart, de 57 anos.
Investigações- O caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti) e encaminhado ao Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP) na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Informações sobre o caso podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou para a DHBF, que deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.

Desaparecimentos de idosos por problemas de saúde são recorrentes
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De acordo com o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os desaparecimentos de pessoas, com faixa etária entre 36 e 65 anos, correspondem a cerca de 22,73% do total de casos registrados em sua pesquisa. De 66 anos em diante, o números de casos cai para 5,36%. No caso específico de idosos, com idade a partir dos 60 anos, os sumiços recorrentes estão relacionados, em sua maioria, a problemas de saúde.
Documentos, objetos com identificação e especificação de doenças são fundamentais na prevenção
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Para prevenir os sumiços de idosos, especialistas orientam o porte de documentos e a identificação com contatos inscritos em objetos como pulseiras e cordões. Em casos de problemas de saúde, sobretudo com diagnósticos de Alzheimer e demência senil, o ideal é constar também especificações das doenças, tipos sanguíneos e medicamentos usados no tratamento.
“Os sumiços de idosos têm sido recorrentes e precisamos orientar e conscientizar a sociedade, pois, devido ao aumento da expectativa de vida, nossa população envelhecerá a cada ano. Portanto, também temos que desenvolver políticas públicas de prevenção. Orientamos às famílias de idosos para o uso de documentos, objetos de identificação e especificação de doenças e/ou outras deficiências. São ações simples que farão diferença no momento das buscas”, explica Jovita Belfort, atual superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimentos de Pessoas e Ampliação do Acesso à Documentação Básica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
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