Rio - A morte de Paulo Gustavo, vítima da covid-19 aos 42 anos, traz à tona o lamento pelos sonhos que foram interrompidos. Em janeiro de 2020, em entrevista exclusiva ao DIA, o ator negou que estivesse 'no auge' e revelou a vontade de investir ainda mais na carreira. "Não acho que estou no auge. Primeiro que quando falam em auge, parece que vai vir um abismo depois e você vai cair. E, pelo amor de Deus, ainda falta muita coisa para conquistar. Estou feliz com tudo o que está acontecendo, mas quero fazer muitos trabalhos, conhecer muita gente e alcançar outros voos", revelou o ator, que faleceu na noite desta terça-feira.

Paulo, à época, comemorava o sucesso de 'Minha Mãe É Uma Peça 3', filme que bateu todos os recordes do cinema brasileiro e se tornou a maior bilheteria da história do país. "Nossa Senhora, gente. Eu estou muito feliz e não só pelos números, mas por ter levado tanta gente para assistir uma história tão linda de amor, de tolerância e de inclusão. Feliz também de conseguir ser responsável por arrastar tanta gente para assistir o cinema nacional. É um turbilhão de coisas que estou vivendo e estou transbordando de amor", disse.

Como uma forma de homenagem, os fãs podem encontrar na produção um pouco do ator, que serviu de inspiração para a história interpretada por ele. "É uma história sobre família. E, mais do que isso, é uma história que é totalmente legítima, porque muita coisa eu tirei da minha vida. É o meu filme mais autobiográfico" contou Paulo.

A fórmula de sucesso de conquistou o Brasil era, no entanto, muito natural para o humorista. Na ocasião, Paulo revelou que não tratava a carreira de forma estratégica e que se deixava levar pelo amor à profissão. "Eu não fico pensando muito estrategicamente. Vou deixando a vida me levar e vou fazendo os trabalhos que gosto de fazer. Mas eu vou fazendo tudo com calma, não fico pensando lá na frente, não. Quando fecho um produto para fazer no ano que vem, já fico gripado agora, só de pensar.  Pode parecer clichê, mas eu acho que o segredo é você fazer o que gosta. Eu amo teatro, amo estar em cena e amo fazer as pessoas rirem. Sou assim desde criança, então é muito verdadeiro. Acho que é por isso que consigo esse retorno carinhoso do público", explicou.