Raquel Pacheco, ex-Bruna SurfistinhaReprodução
Por iG
Publicado 29/06/2021 17:15 | Atualizado 29/06/2021 17:16
Rio - Raquel Pacheco, que ficou conhecida nacionalmente como Bruna Surfistinha, está grávida de gêmeas. A ex-garota de programa espera as meninas que vão se chamar Elis e Maria e devem nascer em setembro deste ano. Em entrevista à revista Veja, ela contou que não pretende esconder o passado das filhas, pelo contrário, planeja ensiná-las a respeitar a diversidade e todas as pessoas.

A escritora fala que tem receio do preconceito que as filhas possam sofrer por ela ter se prostituído no passado. "O meu único medo é da nossa sociedade machista e do que elas possam ouvir por serem filhas da Bruna Surfistinha sem conseguirem se defender. Quero que elas tenham a consciência de não se permitirem a se machucar e não terem de pagar um preço. Elas vão crescer sabendo que fui garota de programa. A ideia é que ambas me questionem e entendam ter sido apenas uma fase que durou pouco", diz.
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Antes mesmo das meninas nascerem, elas já estão sendo alvo de ataques. Raquel conta que fez uma piada no Twitter dizendo que o único desejo de grávida dela era "fora Bolsonaro" e passou a ser atacada por apoiadores do presidente.
"Até hoje sou alvo dos bolsonaristas. Não tive a intenção de polemizar. Recebi mensagens do tipo: 'suas filhas não merecem nascer', 'você terá de abortar' e 'as suas filhas terão vergonha de você'. Xingaram as minhas filhas de vadias. Para mim, a prostituição é muito bem resolvida. Comecei em 2002 e parei em 2005. Está no meu passado distante. Mas existem pessoas que não têm noção que eu, Raquel Pacheco, deixei de ser garota de programa e acabam usando isso como ataques para ofender. Me chamar de put* não ofende. O que incomoda é quando se referem às minhas filhas que nem nasceram ainda. São mensagens, em boa parte, vindas de mulheres. Muitas delas são mães e se sentem no direito de julgar", diz.
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Raquel também fala que quer ter uma relação com as filhas completamente diferente da que teve com a mãe. A ex-garota de programa conta que não criou laços fortes com a mãe durante a infância e fala que a situação só piorou durante a adolescência dela.
"Senti falta de ter uma mãe. Na minha adolescência, nunca nos divertimos juntas e a relação piorou quando eu tinha 15 anos. Nunca recebi os 'parabéns' quando tirava boas notas na escola. Achei uma maneira de chamar a atenção deles fazendo coisas erradas. Não quero ser assim com as minhas filhas. Quero ser a melhor amiga delas", conclui Bruna Surfistinha.
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