Publicado 13/11/2022 21:14 | Atualizado 13/11/2022 21:28
Rio - Cássia Kis decidiu quebrar o silêncio sobre a repercussão de seu discurso homofóbico em uma live promovida pela jornalista Leda Nagle. A atriz negou ser homofóbica e ainda afirmou que possui o direito de manifestar suas "preferências políticas".
"Nos últimos dias, muito se tem falado a meu respeito. Falado mal, diga-se. Inclusive entre colegas de ofício a quem sempre respeitei como criaturas humanas e profissionais, a boataria tem sido grande", escreveu a artista em um artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo.
Em seguida, Cássia afirma que perdoa todos que a ofenderam e pediu para que as pessoas separem a artista de sua arte: "Quem escreve estas linhas não é a Cássia protagonista de novelas da TV, mas a Cássia que assumiu o protagonismo da sua própria vida, com serenidade, após reencontrar na fé católica o barro de que é feita. Não busquei confrontos, mas também, na minha idade e com as minhas cicatrizes, não quis parecer o que não sou. Simples assim".
Sobre as acusações de homofobia, a atriz disse que foi mal interpretada e que, segundo ela, vem sofrendo uma espécie de assédio moral, tanto da classe artística, como de ativistas pelos direitos LGBTQIA+. "O zum-zum-zum chegou além, pois me atribuem intenções que não tenho, palavras que não disse e crises que não criei. A pressão sobre mim — verdadeiro assédio moral — ganhou contornos policiais, pois me chega a notícia de que estou sendo formalmente acusada de 'homofobia' por um grupo de ativistas do Rio de Janeiro", diz Cássia, que recentemente foi denunciada por 15 atores globais por comportamento homofóbico nos bastidores.
Ao final do texto, Cássia ainda associou sua presença em manifestações antidemocráticas ao direito constitucional de poder expressar-se politicamente. "Meus detratores dizem que política e religião não se misturam, porque o Estado é laico. Mas eles estão justamente politizando a minha fé, talvez imaginando que rezar o terço, ir à missa aos domingos e me confessar com um sacerdote sejam atos políticos. Estão enganados", alegou. "Ocorre que a Cássia que reza é a mesma cidadã que tem o direito constitucional de manifestar suas preferências políticas. Uma só pessoa, duas coisas diferentes", conclui.
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