Publicado 19/05/2023 12:49 | Atualizado 19/05/2023 12:50
Rio - Filho de Rita Lee, João Lee retornou à casa onde os pais moravam antes da morte da cantora, aos 75 anos, no dia 8 de maio, vítima de câncer. O produtor musical publicou um relato emocionante no Instagram, nesta sexta-feira, e deu detalhes de como se sentiu.
"Anteontem foi o dia em que meu pai (Roberto de Carvalho) e eu resolvemos voltar para a casa onde eles moram. Foi a primeira vez desde que minha mãe partiu e depois de três meses morando juntos no meu apartamento. Meu pai foi mais cedo e eu fui um pouco mais tarde. No caminho, fiquei pensando como seria essa primeira vez. Não sabia o que esperar ou o que iria sentir. Para ser sincero, nunca imaginei que um dia viveria isso. É tudo tão estranho. De alguma maneira, sempre enxerguei minha mãe e meu pai meio que como seres eternos e imortais", começou.
"Ao entrar no condomínio, senti um frio enorme na barriga. Fui me aproximando da casa bem devagarzinho, abri o portão, entrei com o carro e…. travei. Fiquei parado dentro do carro por cerca de 10 minutos, sem conseguir sair do lugar. Do nada, fui atropelado por um turbilhão de memórias e sentimentos, tudo meio que em fast forward, bagunçado e ao mesmo tempo. Foi muito maluco. Quando finalmente achei que tinha voltado ao normal, percebi que meus sentidos estavam meio desequilibrados", continuou.
"Ao entrar no condomínio, senti um frio enorme na barriga. Fui me aproximando da casa bem devagarzinho, abri o portão, entrei com o carro e…. travei. Fiquei parado dentro do carro por cerca de 10 minutos, sem conseguir sair do lugar. Do nada, fui atropelado por um turbilhão de memórias e sentimentos, tudo meio que em fast forward, bagunçado e ao mesmo tempo. Foi muito maluco. Quando finalmente achei que tinha voltado ao normal, percebi que meus sentidos estavam meio desequilibrados", continuou.
"Minha fala estava meio amarrada e travada e meus ouvidos ficaram mais sensíveis do que o normal. Um micro barulhinho do carro parecia um barulhão. Saí do carro e fiquei em pé olhando para a casa. A casa que passei os últimos dois anos. A casa onde vivi momentos difíceis e momentos tão especiais. Não conseguia dizer nada. Foquei nos meus ouvidos extra sensíveis. Quem sabe ouviria o som da natureza, dos bichos, sei lá, algo que me trouxesse calma. No entanto, só consegui ouvir um silêncio absoluto. Viver esse momento é viver um vazio diferente e impossível de explicar em palavras. Só quem passa por isso sabe como é. Não existe um outro vazio que seja tão forte ou que chegue perto", explicou.
"Comecei a andar em direção a casa, entrei com calma, e, de cara, visitei todos os ambientes e cantinhos onde ela costumava ficar. Jantei sentado no lugar onde ela jantava na mesa, assisti TV sentado no seu lugar no sofá, fui ao seu quarto, abracei e cheirei suas roupas, deitei na cama e olhei para as estrelinhas do teto... Enfim, fiz um tour completo por todos os seus cantinhos prediletos. Mas, acabei indo dormir sem ter conseguido o que mais queria: sentir a presença dela aqui comigo. A sensação de vazio ainda é muito persistente e forte", lamentou.
"Ontem de manhã acordei um pouco melhor. Foi difícil pegar no sono, mas até que dormi bem. Peguei o novo livro, 'Outra Autobiografia', da cabeceira e desci para tomar café da manhã. Demorei bastante para ler a primeira autobiografia. Comecei e parei várias vezes. Foi difícil. Agora, acho que já li umas 10 vezes. Irei ler outras milhares. É um livro absolutamente mágico e maravilhoso. Cada vez que leio percebo mais e mais coisas. Quem não leu ainda, não imagina o que está perdendo. Esse último eu queria ler o quanto antes. Meu pai o leu na semana passada, e, quando terminou, me entregou e disse: 'Você tem que ler esse livro já. Você vai adorar e entender muitas coisas, principalmente a perspectiva e a forma como ela enxerga tudo o que vivemos nos últimos dois anos'", afirmou.
"Ontem de manhã acordei um pouco melhor. Foi difícil pegar no sono, mas até que dormi bem. Peguei o novo livro, 'Outra Autobiografia', da cabeceira e desci para tomar café da manhã. Demorei bastante para ler a primeira autobiografia. Comecei e parei várias vezes. Foi difícil. Agora, acho que já li umas 10 vezes. Irei ler outras milhares. É um livro absolutamente mágico e maravilhoso. Cada vez que leio percebo mais e mais coisas. Quem não leu ainda, não imagina o que está perdendo. Esse último eu queria ler o quanto antes. Meu pai o leu na semana passada, e, quando terminou, me entregou e disse: 'Você tem que ler esse livro já. Você vai adorar e entender muitas coisas, principalmente a perspectiva e a forma como ela enxerga tudo o que vivemos nos últimos dois anos'", afirmou.
"Fiquei, ontem, o dia todo sentado e lendo o livro na mesma cadeira e posição em que ela escreveu suas duas autobiografias. Lendo o livro, além de me trazer conforto e paz, trouxe também aquilo que eu mais queria: a sensação de que ela está aqui comigo. Passei o dia todo arrepiado, como se ela estivesse sentada ao meu lado e contando tudo do livro para mim. Eu consegui ouvir a sua voz lendo o texto. Agora, sinto a sua presença em toda a casa. Está dando um quentinho no coração e na alma que estava precisando. Parabéns pelo livro novo, mãe. Escrever um livro assim, passando pelo que estava passando, me faz ter ainda mais orgulho e admiração por você. Love you forever", concluiu.
Nesta terça-feira, João, seus irmãos, Antônio e Beto, e seu pai, Roberto de Carvalho participaram da Missa de Sétimo Dia de Rita Lee realizada na Paróquia São Pedro e São Paulo, no Parque Alfredo Volpi, na capital paulista. Amigas da cantora também marcaram presença no local, como a cantora Pitty e a atriz Marisa Orth.
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