Publicado 29/04/2024 12:47
Rio - A tradicional escola de alto padrão Vera Cruz, onde a filha de Samara Felippo sofreu racismo na segunda-feira (22), se pronunciou sobre o ocorrido e confirmou o caso. A instituição de ensino, localizada na Zona Oeste de São Paulo, disse que as alunas agressoras foram suspensas por tempo indeterminado e retiradas de um projeto.
PublicidadeEm nota enviada ao DIA, a Escola Vera Cruz confirmou a agressão e afirmou que está em contato com as famílias das alunas envolvidas. "Tomamos conhecimento de uma grave agressão racista entre alunos do 9º ano. Um caderno de uma aluna negra foi roubado, teve folhas arrancadas, uma ofensa de cunho racial altamente ofensiva foi escrita numa das páginas", iniciou.
"Desde o primeiro momento, reconhecemos a gravidade deste ato violento de racismo, nomeando-o como tal, e imediatamente foram realizadas ações de acolhimento ao aluno agredido e sua família. Desde então, viemos trabalhando cuidadosamente sobre esse caso e nos comunicando muito intensamente com as famílias de todos os alunos envolvidos", seguiu.
A escola disse ainda que promoveu um encontro entre as três alunas envolvidas. "Depois de amplo e intenso processo de apuração, foi possível promover um encontro entre os três alunos envolvidos, com mediação da escola. Em seguida, os agressores foram informados das sanções definidas inicialmente, dentre elas, uma suspensão por tempo indeterminado, e proibição da participação no Estudo do Meio na Serra da Canastra. Novas sanções poderão ser adotadas, conforme apuração e reflexão sobre os fatos".
De acordo com a instituição de ensino, esta foi a primeira vez que as alunas foram racistas com outro colega de classe e que não repetiram o feito.
A escola, que mantém um projeto de letramento racial com os alunos desde 2019, afirmou que a expulsão não é a melhor forma de combater o racismo, mas não deixou claro se as alunas terão mais punições além da suspensão e retirada da viagem. "Entendemos que um projeto de educação para as relações raciais é um projeto de transformação dos alunos. Sua construção se dá pelo enfrentamento direto e pelas ações educativa, mais do que pelo entendimento de que o isolamento e expulsão dos alunos que cometeram atos racistas seriam a única medida cabível", disse.
Nos Stories, do Instagram, a atriz Samara Felippo foi enfática ao dizer que vai até o fim para que a lei seja cumprida. "Eu estou no meio da turbulência... peço desculpas pelo silêncio momentâneo, estou digerindo e acolhendo a minha filha. Já venho contar o furor de sentimentos que está passando aqui dentro e com notícias atualizadas. Deixo todo o meu carinho pelo acolhimento de todos que vieram me dar apoio. Racismo é crime e eu vou até o final para que seja aplicada a lei perante um crime. Precisa um criança/adolescente preta ser humilhada para a escola enxergar que suas práticas antirracistas falham miseravelmente?", escreveu ela no início da madrugada desta segunda-feira (29).
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