Publicado 27/08/2024 08:46 | Atualizado 27/08/2024 17:36
Adriana Araujo, apresentadora do Jornal da Band, fez críticas ao técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, que deu uma declaração considerada machista após a vitória do seu time contra o Cuiabá por 5 a 0 pelo Campeonato Brasileiro.
Publicidade"Ele ofendeu a nossa colega. Ele coloca, com as palavras dele, a mulher numa subcategoria e caberia ao homem decidir se deve ou não dar atenção ao que uma mulher diz. Esse mundo, Abel, não existe mais. Há décadas nós lutamos e nos recusamos a ficar nesse lugar. Suas palavras não ofendem só a Aline, mas também a mim, sua mãe, sua mulher, suas filhas, todas as mulheres nas arquibancadas ou em casa torcendo pelo Palmeiras", disparou, nesta segunda-feira (26).
"O telefone às escondidas com o assessor ali em cima pressionando e temendo o escândalo não vale como retratação. Digno é fazer isso na frente das câmeras, pedir desculpas, como fez quando agrediu a Aline. Do contrário, é só sinal de covardia", concluiu.
O treinador deu a declaração após ser perguntado pela repórter Alinne Fanelli, da BandNews FM, sobre a condição do lateral-direito Mayke, que saiu de campo lesionado. "Uma coisa que vocês têm que entender é que tenho que dar satisfação a três mulheres só: minha mãe, minha mulher e a Leila. Elas são as únicas que podem me pedir explicação. Os outros podem se manifestar, elogiar, reclamar. O treinador tem que saber ouvir e aceitar", disse, na coletiva do último domingo (25).
A assessoria de Abel publicou uma nota afirmando que ele ligou à Alinne para falar que não teve a intenção de causar qualquer constrangimento.
Confira a nota de Abel na íntegra
Após o jogo de ontem, ainda no ônibus que nos trouxe de volta a São Paulo, eu telefonei para a repórter Alinne Fanelli a fim de lhe dizer que não tive, de forma alguma, a intenção de lhe causar qualquer constrangimento.
Utilizei a pergunta da referida profissional para transmitir uma mensagem que já estava na minha cabeça, sem me dar conta de que, naquele contexto a declaração poderia gerar uma interpretação diferente e soar hostil.
Quando concedo uma entrevista coletiva, entendo que não estou respondendo diretamente à repórter, ou ao repórter, que me faz a pergunta, mas sim a todos os presentes na conferência e também aos nossos atletas e torcedores e a todos aqueles que acompanham por diferentes veículos de comunicação. Tanto é verdade que, nesta mesma resposta, eu utilizo o pronome "vocês", no plural, em vez de "você".
Lembro que, também, na entrevista de ontem, expressei a minha admiração pela presidente Leila Pereira e o orgulho que sinto por ser liderado por uma mulher.
Reconheço, contudo, que fui infeliz em minha resposta e, por esse motivo, fiz questão de procurar a Alinne e me retratar e esclarecer o que considero ter sido um mal-entendido.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.