Publicado 03/10/2024 12:02 | Atualizado 03/10/2024 12:04
Rio - William Bonner lamentou a morte de Cid Moreira, aos 97 anos, na manhã desta quinta-feira (3). O apresentador e editor-chefe do "Jornal Nacional" relembrou que o jornalista inaugurou a bancada do telejornal, em 1969 e ficou lá ate 1996, batendo o recorte de apresentações na história do programa. Durante participação no "Encontro com Patrícia Poeta", ele antecipou que Cid receberá uma homenagem especial na edição que irá ao ar hoje à noite e recordou momentos marcantes dos dois.
Publicidade"Que dia triste, notícia que derruba a gente logo de manhã. Que prazer poder falar sobre a importância de Cid para a televisão. A Fátima, companheira do Cid por tantos anos... Para qualquer pessoa que tenha mais de 40 anos de idade, o 'Jornal Nacional' teve aquele rosto. O Cid Moreira é o rosto e a voz do 'Fantástico' também. Qaundo ele deixou o JN, ele passou a se dedicar ao Fantástico. Essa foi uma fase em que ele pode se divertir mais como profissional", contou.
Bonner citou dois momentos marcantes quando esteve com Cid: o primeiro foi quando pode ver o Cid "de perfil", diferente da imagem de frente da TV, ao comandar o "Jornal Nacional" com ele. "Um dos momentos mágicos é que pude apresentar o telejornal com o Cid Moreira. Isso é uma experiência profissional, que acho que quem passou por ela tem uma certa dificuldade de descrever porque ele é uma figura gigantesca. Co-fundador do 'Jornal Nacional', uma voz de uma credibilidade indiscutível e num tempo em que não tinha internet, não tinha rede social, não tinha televisão por assinatura, não tinha streaming. Então, naquele tempo em que o Cid Moreira apresentou o JN, numa grande parte desse período, o Jornal Nacional era a principal fonte de informação dos brasileiros", destacou.
O apresentador recordou também um dia em que dividiu a bancada com Cid Moreira e perguntou quando tinha sido a última vez que ele ficou nervoso ao apresentar o telejornal. "Ele disse 'nunca'. 'É impossível não ficar nervoso apresentando o 'Jornal Nacional', existem gradações de tensão. Estou num grau menor do que sou, mas estou tenso. No dia em que você não estiver tenso para fazer o 'Jornal Nacional', você vai errar, faz parte da nossa função'".
O âncora do "JN' admitiu que temia que chegasse o dia que ele teria que anunciar a morte de Cid Moreira. "Passei um período da minha vida, que eu pensava, 'o Cid está velhinho'... Eu temia um pouco um dia que eu tivesse que ir à televisão tratar desse assunto. Eu tinha uma esperança que eu me aposentaria antes disso acontecer... Posso dizer que a equipe do 'Jornal Nacional' terá a honra enorme de prestar a homenagem ao Cid Moreira na noite desta quinta-feira tão trite", completou.
Bom humor no "Fantástico"
Quando deixou o "Jornal Nacional" e migrou para a narração do Fantástico, Bonner lembrou que Cid pode mostrar seu lado divertido para o público. "O Cid era um brincalhão. Ele pode brincar com ele mesmo, a carreira dele foi para outro caminho. Quem não se lembra do vozeirão dele falando "Mr M"? Quem não vai lembrar dele falando "Jabulani" na Copa?", recorda.
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