Controle dos jogos nas mãos dos menoresDivulgação
Por O Dia
Publicado 07/03/2021 17:42
Rio - Crianças com o controle dos jogos nas mãos, em frente a vídeo games, celulares e games de mão. Esta cena se tornou ainda mais comum com a pandemia e o isolamento, afinal foi quase impossível encontrar formas de entreter os pequenos fora do ambiente virtual e tecnológico. Mas, se por um lado não há muito o que fazer para mudar essa dinâmica, por outro é preciso ficar atento a detalhes que podem transformar a brincadeira em um problema.

Para o psicólogo Douglas Bianchi dos Santos, coordenador do curso de Psicologia da Anhanguera Niterói, embora os jogos e outras formas de entretenimento virtual estejam cada vez mais presentes em nossa sociedade, vídeo games, celulares, tablets e computadores são instrumentos que devem ser utilizados sob orientação e vigilância dos pais. “As indicações que podemos fazer atualmente são sugestões que variam conforme a realidade de cada família. Mas ressalto que quem deve regular o tempo é o responsável. Porém, entendo que o tempo é excessivo quando não ocorre mais interação com os próprios membros da família ou comunidade”, enfatiza.
Além do tempo, muitos pais – especialmente os não familiarizados com jogos – ficam confusos em relação ao que os filhos podem ou não jogar, sobre o que é ou não para uma determinada faixa etária. "Sim, é importante seguir esta classificação. Não respeitar isso pode sujeitar a criança a vivenciar realidades de sofrimento, violência e acessar informações que, sem a supervisão do responsável, podem provocar na criança medos, insegurança e ansiedade. A classificação indicativa funciona como uma margem de segurança”, esclarece Douglas.

Sobre a classificação dos jogos, Bruno Campagnolo, coordenador dos Cursos de Jogos Digitais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explica que a classificação indicativa funciona de maneira similar às dos filmes e séries. “Violência, por exemplo, é um tema que não pode ser usado de nenhuma maneira com os pequenos. Além disso, também se deve considerar o público-alvo. Crianças de 6 anos, por exemplo, são diferentes de crianças de 10, e têm referências bem diferentes”, diz. Entretanto, Campagnolo alerta que a classificação indicativa, como o próprio nome diz, apenas indica. Ou seja, deve ser uma informação consumida pelos responsáveis e interpretada da melhor forma, mas quem vai definir se o filho deve e pode ou não jogar são os responsáveis. “Muitas vezes, um jogo com certa classificação para maiores, pode ser jogado por uma criança se tiver o acompanhamento e a contextualização dos pais. Para entenderem melhor sobre o assunto, recomendo aos pais a leitura do IARC (International Age Rating Coalition), que é um ótimo instrumento utilizado para a autoclassificação, inclusive no Brasil”. Outro cuidado fundamental é que evitem os jogos que têm a comunicação com outros usuários como ponto-chave do jogo - ou limitem a comunicação. “É difícil ficar atento a todos os diálogos que o filho vai se envolver durante o jogo“, complementa.

A também psicóloga Flavia Davanzzo dos Santos levanta outra questão importante: o uso excessivo dos videogames pode ocasionar insônia, perda de habilidades sociais, irritabilidade, mau comportamento e queda no desenvolvimento escolar. “Deve-se atentar para que não se torne um vício, ficar alerta se o jogo não está afetando as outras atividades das crianças e a saúde geral (como perda ou ganho de peso ou ciclo do sono). Vale ressaltar que, em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a compulsão por jogos como um distúrbio de saúde mental na classificação internacional de doenças”, alerta. Além disso, avalia, crianças que já foram diagnosticadas como ansiosas, hiperativas ou até mesmo depressivas deveriam ficar longe desses jogos. “As habilidades sociais dessas crianças normalmente precisam de uma atenção redobrada. E como os jogos acabam, de alguma forma, alterando as habilidades sociais, afastá-las, ainda que inconscientemente, do convívio social com outras pessoas seria um contra-indicativo”, conclui.
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De olho na postura
Controle necessário
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Além do controle dos pais visando a saúde e segurança dos filhos em relação aos que estão consumindo por meio de jogos, há outro problema bastante comum que essa nova realidade trouxe para as famílias: uso de contas bancárias e cartões de crédito por meio de dados passados pelas crianças para estranhos e a invasão de hackers por meio programas que os pequenos baixam sem saber. Por isso, é fundamental educar e manter o diálogo com os menores para que surpresas não aconteçam.
Pensando nisso, a ESET, empresa especializada em detecção proativa de ameaças, junto com sua iniciativa DigiPais, dá algumas dicas sobre o que os pais podem fazer para assegurar as melhores práticas na hora de jogar:
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1. Comprar os jogos: baixar os títulos mais recentes gratuitamente pode ser tentador, mas apresenta um risco significativo. Links diretos ou torrents para "versões gratuitas" de jogos populares geralmente levam a arquivos infectados. Nesse sentido, paciência é fundamental. Existem datas especiais, como a Black Friday, em que as ofertas especiais podem aparecer. Além disso, são várias as fontes confiáveis que tornam os jogos lançados recentemente, mas usados, mais acessíveis.
2. Atualizar e corrigir: seja jogando em um smartphone, tablet ou computador de alta potência, os jogadores devem manter seus dispositivos atualizados o tempo todo. Isso se aplica ao sistema operacional, a plataforma do videogame (como Steam ou Origin), aos próprios jogos, bem como a todos os outros programas, como mecanismos de pesquisa.

3. Usar uma solução de segurança: os dispositivos de jogos devem ser protegidos adequadamente com uma solução de segurança confiável, capaz de detectar e bloquear ataques maliciosos, identificando links maliciosos e eliminando malwares que desejam entrar no sistema a todo momento. Também não há necessidade de se preocupar com atrasos ou interrupções durante o jogo, já que muitas das soluções atuais incluem um modo de jogo para evitar esses aborrecimentos.

4. Usar senhas fortes e 2FA: ataques de força bruta a senhas são algo em que os invasores se especializam. Portanto, usar senhas longas e fortes pode fazer uma grande diferença. Os gerenciadores de senhas também podem ajudar os jogadores a se protegerem melhor, permitindo que eles gerem e armazenem com segurança todos os seus passwords em um só lugar. Os usuários também devem ativar a autenticação de dois fatores sempre que possível, pois isso bloqueará as tentativas de login, mesmo se os invasores conseguirem adivinhar a senha.
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5. Não trapacear: os cheats podem simplificar o jogo, mas também podem arruinar a experiência de outros jogadores e expô-los a várias ameaças.
6. Evitar ofertas suspeitas: se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente é. Muitos jogadores já foram atraídos para armadilhas que prometiam jogos grátis ou itens especiais, e então tiveram que pagar o preço desse golpe.
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7. Escolher jogos apropriados para a idade: os adultos devem agir como guardiões na escolha de um espaço seguro para brincar para a criança. Encontre conselhos sobre o que é apropriado para cada idade em fóruns e recomendações de especialistas.
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