Por felipe.martins

Rio - Em meio à crise política que torna o que já era ruim em muito pior, o estado geral de ânimo da população parece ter chegado no auge do pessimismo. Muito pessoas desempregadas que insistem em não perder a esperança, mas não conseguem enxergar uma luz no fim do túnel. Dados das agências especializadas que comprovam o aumento da inadimplência, o que indica que muitos estão com as contas atrasadas, querendo equilibrar uma situação financeira já quase fora de todo o controle.

Não bastasse tudo isso, o governo do estado informou que tem um furo no orçamento de R$ 18 bilhões e que vai continuar a atrasar os pagamentos do funcionalismo e dos aposentados e pensionistas nos próximos meses. Ou seja, chegamos no limite da falta de perspectivas e da baixa autoestima.

Solucionar toda essa questão é muito mais difícil do que parece. A crise política pode se arrastar e as condições gerais da economia se deteriorarem ainda mais. O Estado do Rio, sem uma alta nos preços do petróleo no mercado internacional, vai continuar com repasse minguados de royalties. O aumento da arrecadação tributária estadual depende da melhoria da economia do país.

Para fechar as suas contas em 2016, o governo estadual dependerá de receitas extras da ordem aproximadamente R$ 2 bilhões por mês, o que é bastante improvável, por não existir nenhum evento capaz de produzir esses novos ganhos. A única possibilidade é a renegociação com o setor bancário para a folha de pagamento do funcionalismo. Até dezembro de 2016, ela está com o Bradesco, que pagou R$ 1 bilhão no passado.Não há solução mágica.

Com os atrasos e alongamentos nos prazos de pagamento, o governo do estado já economizou uma folha de pagamento inteira. Estas manobras, que geram o caos social e são de uma perversidade ímpar com os afetados, já chegaram no limite.

Agora será preciso rever a estrutura da máquina, cortar cargos comissionados e despesas não essenciais, além de gerar receitas novas. Maltratar repetidamente o funcionalismo, pensionistas e aposentados não pode e não será a solução.

Gilberto Braga é Professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.

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