Por rafael.nascimento

Rio - A situação da família de Larissa Barbosa de Oliveira, de 22 anos, reflete o momento de crise econômica no país. A mãe foi a única que manteve o trabalho como copeira. Demitido, o padrasto sobrevive de ‘bicos’ como ajudante de pedreiro. Aos 20, Beatriz Silva Santos também mora com os pais e está desempregada há três meses. Dois anos mais nova, Hayla Oliveira Ramos ainda está em busca do primeiro emprego para ajudar a mãe com as despesas de casa.

Moradoras da Zona Oeste do Rio, as três jovens fazem parte da turma do Coletivo Coca-Cola, uma parceria com o Prezunic com o objetivo de inserir pessoas entre 16 e 25 anos no mercado de trabalho. Um programa que já formou mais de 125 mil pessoas em mais de cem unidades espalhadas pelo país. Só no ano passado, foram cerca de 30 mil candidatos. Com o fim do curso, concluído no fim de setembro, o currículo delas foi encaminhado para processos de seleção em empresas parceiras da Coca-Cola Brasil, como o Prezunic, rede de supermercados que gera cerca de 7 mil empregos na região metropolitana do Rio.

Em curso de um mês%2C candidatos aprenderam a trabalhar em equipe e a se comportar em entrevistaDivulgação

“O curso ensina como devemos nos comportar em entrevista e a trabalhar em equipe, visando o melhor atendimento ao cliente. Me sinto preparada”, diz Larissa.

Ela está desempregada há um ano, quando foi obrigada a pedir demissão de uma empresa de telemarketing porque precisaria trabalhar de madrugada. Mas não tinha linha de ônibus disponível para o trajeto entre trabalho e casa. Agora, está de olho em vagas de operadora de caixa e repositora na rede de supermercados.

Em meio ao curso, que incluiu visitas à rede de supermercados para acompanhar o trabalho de operadores de caixa, repositores e empacotadores, os alunos também participaram de workshops com os funcionários. Entre os palestrantes, estava Andrea Neris dos Santos. Ela começou na empresa como caixa, há 13 anos. Hoje, é gerente da loja Itaoca, em Higienópolis. “É uma empresa que oferece muitos benefícios e oportunidades para a mulher”, garante. Estudante de Marketing, Beatriz Silva Santos aposta as fichas numa perspectiva de crescimento, seguindo os passos de gente como Andrea. “Meu objetivo é começar por baixo e crescer. Ouvi histórias de pessoas que conseguiram. Por que eu não posso?”, questiona.

Em curso de um mês%2C candidatos aprendem a trabalhar em equipe e a se comportar em entrevista Divulgação

Fábio Oliveira, gerente de Investimento Social da Cencosud Brasil, grupo varejista ao qual pertence o Prezunic, responde: “Estamos buscando por pessoas que tenham potencial de crescimento, de comunidades ao redor dos supermercados. Pessoas que tenham personalidade empreendedora e que estejam obstinadas em ir atrás da superação dos seus limites”.

É esse o tipo de desafio que Hayla Ramos, 18 anos, precisará enfrentar. A mãe, que trabalha numa fábrica como operadora de embalagem, sustenta a casa. Filha mais velha, Hayla ajuda a cuidar das irmãs de 10 e 8 anos, conciliando com os estudos no segundo ano do ensino médio. Agora, sonha com o primeiro emprego para ajudar no sustento da casa, próximo à Cidade de Deus. “É difícil para a minha mãe. Por isso, pretendo trabalhar para ajudar. Estou preparada. Agora, é só esperar”

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