- LUIZA ERTHAL
LUIZA ERTHAL
Por Alex Campos

Sim, não tem jeito, em tempos de juros baixos, os ganhos serão menores. E não haverá mal algum nisso, enquanto a inflação também estiver bastante reduzida. Considerando somente os dados oficiais, temos hoje uma taxa anual de juros de 6,75% (pela Selic do BC) e uma taxa anual de inflação que não chega a 4% (pelo IPCA do IBGE). Um menos o outro - como me ensinou Tia Yolanda, lá na Escola Municipal Suécia, até hoje escondidinha num canto do Engenho da Rainha - o resultado é igual a... 2,75%.

É pouco? É. Mas a vida fica melhor, para todo mundo, numa economia de indicadores estáveis, principalmente se esses indicadores são os juros e a inflação. Nesse caso, o valor nominal do que você recebe de rendimentos é menor, sim, porém, o valor real pode até ser maior. Por exemplo: quando a Selic estava em 14,25% era possível obter rendimentos de 12% - mas, olha aí de novo a Tia Yolanda: 14,25% menos 12% é igual a... 2,25%.

Repara que, no final do primeiro parágrafo, o resultado é igual a 2,75%. No segundo, o resultado é igual a 2,25%. Isso é só para ajudar você a entender que, num ambiente financeiro onde os juros são baixos, é natural que os rendimentos também sejam baixos. Mas há uma diferença entre rendimentos nominais e rendimentos reais - como espero ter conseguido esclarecer.

Daqui para a frente, o que importa é saber quais são as taxas de administração, performance ou custódia que estão sendo cobradas pelo banco sobre o seu investimento. No caso dos fundos de renda fixa, por exemplo, em tempos de juros baixos, a taxa de administração não pode de modo algum ser maior do que 1%. Já existem bancos com fundos e taxas de 0,75%. E até existem alguns com taxas de 0,5% - mas, nesses casos, os fundos exigem saldos superiores a 100 mil, 130 mil ou 150 mil, dependendo da instituição financeira.

Importante é entender que não tem mistério: juros baixos = rendimentos baixos. Quem quiser fugir dessa equação terá que mudar de estratégia, ganhar coragem e correr riscos.

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