Carlos da Costa disse que também é prioridade recuperar e avançar na produtividade nacional - Maíra Coelho/Agência O Dia
Carlos da Costa disse que também é prioridade recuperar e avançar na produtividade nacionalMaíra Coelho/Agência O Dia
Por MARTHA IMENES

Os micro, pequenos e médios empresários do Rio de Janeiro que quiserem investir em qualificação e requalificação profissional de funcionários agora têm oportunidade de recorrer a uma linha de crédito do BNDES, que mudou a estratégia. Entre tantas outras medidas, a instituição aposta firme na Educação profissionalizante. "O desenvolvimento de um país passa por educação e qualificação profissional", afirmou o diretor da área de Planejamento e Crédito do BNDES, Carlos Alexandre Da Costa, em visita ao DIA.

Da Costa detalhou alguns pontos do Planejamento Estratégico do banco que será divulgado ainda este mês. Dos R$ 100 bilhões previstos para este ano, R$ 32 bilhões são destinados a pequenas e médias empresas e deste valor R$ 1 bilhão será para qualificação profissional.

"O valor é uma projeção, dependerá do mercado, inclusive o volume de recursos pode ser maior", diz Da Costa, que avalia que o impacto maior na área de educação será no ano que vem. "Até o mercado apresentar os projetos e eles serem avaliados, demoram uns seis meses", explica. Para o ano que vem o montante atingirá R$2 bilhões e até 2023 a expectativa é de que chegue a R$4 bilhões.

"A visão central do Plano Estratégico é tornar o Brasil um país desenvolvido até 2035. Isso significa o seguinte: nós precisamos qualificar nossa mão de obra para esse mundo moderno, para esse mundo digital e de serviços", disse."Esse é o BNDES do Século 21.Ele é focado na modernidade e é por esse caminho que nós podemos nos tornar desenvolvidos até 2035. Não adianta fazer mais do mesmo", diz.

Da Costa conta que desde 2017 o banco vem alterando suas políticas operacionais. "Mais da metade dos créditos, excluindo infraestrutura, é voltada para pequenas e médias empresas. E isso representa mudança significativa no perfil do BNDES", avalia.

Dados divulgados em fevereiro, mostram que 56% dos R$ 3,9 bilhões desembolsados pelo banco no mês de janeiro foram para o segmento de MPMEs. Somente as médias empresas, com faturamento médio anual de até R$ 300 milhões, responderam por 29,5% dos recursos liberados pelo banco no mês, somando R$ 1,13 bilhão, alta de 59%. E os planos não param por aí: "Estamos ampliando nossas linhas de microcrédito e desenvolvendo um trabalho estruturado com o Sebrae para chegar às comunidades", anunciou.

Recursos para capital de giro
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Não são só equipamentos que o banco de fomento financia. As pequenas e médias empresas têm uma linha de crédito, o BNDES Giro, voltada para capital de giro a fim de que superem momentos de crise. Somente em janeiro, essa modalidade desembolsou R$ 558 milhões, somando R$ 7 bilhões em 12 meses, com expansão de 124%, conforme dados do banco.
"Uma empresa não precisa comprar máquina nova, ela precisa sobreviver, ter estoque, pagar salário dos funcionários, arcar com suas despesas e continuar operando", avalia.
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Mesmo em um momento de crise, o BNDES mantém a aposta no Rio de Janeiro, que, segundo ele, tem potencial para economia criativa. Ele conta que, excluindo telecomunicações, hoje a economia criativa responde por 2,7% do Produto Interno Bruto mundial.
"Quando se fala de cinema, games, esportes, artes, isso representa uma parcela enorme. No Brasil, chega a somente 1,7% do PIB", aponta."O Rio está pouco acima da média nacional, mas tem potencial de ter pelo menos 5% do PIB", diz Da Costa.
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